São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996 |
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Em tempo real
NELSON DE SÁ
Não se cria um slogan à toa. A vida é real, também o tempo, mas sobretudo o plano -e o presidente. Também não se escolhe à toa entrar ao vivo na estréia, primeiro dia, com o ministro do Real, Pedro Malan. (Vale registrar que a escolha, na estréia da Fox News do sócio Rupert Murdoch, foi o republicano Bob Dole.) A Globo News estreou ontem à noite com mais problemas técnicos do que se esperava do velho padrão, o som, por exemplo, mas com o oficialismo conhecido. Com nuances, é verdade. Assim, pode não haver crítica política, nem âncoras, mas há um sorrisinho persistente dos apresentadores; pode não haver crítica, nem conflito, mas há um outro lado, ainda que tortuoso, como Delfim em resposta a Collor. Mas segue o oficialismo conhecido, em análises perdidas tipo "o sucesso do Plano Real é imbatível". Também na apresentação do Arquivo N, com três décadas de imagens da Globo. O que se vê é a memória política do mundo, da humanidade, mas não do Brasil do regime militar. Ecos do Contagem Regressiva, de triste memória na Globo. Ou ainda, de pior memória na Globosat que distribui a mesma Globo News, a série Chatô. Collor falou à CNN hispânica, de abrangência restrita aos latino-americanos, em espanhol já mais desenvolvido. Estava descontroladamente alegre pela exposição, com ares de férias em Miami, onde foi feita a entrevista. O ambiente, a começar do vitral colorido, era todo festivo. O entrevistador ria, contagiado, e chegou a comentar que Collor parecia em campanha. Collor, soluçando de rir: - Você não me viu falar como candidato... não me ouviu falar... é um pouco mais... um pouco mais... um pouco diferente disso. Collor não melhorou, com o repouso. Texto Anterior: Presidente do PSDB diz que partido deve apoiar Erundina em São Paulo Próximo Texto: Eleição municipal vai provocar renovação das bancadas na Câmara Índice |
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