São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Tucano muda discurso e ataca PSB

Amilcar Martins tenta reverter favoritismo de Castro

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O candidato do PSDB à Prefeitura de Belo Horizonte, Amilcar Martins, mudou radicalmente a sua postura e procura bater de frente contra o seu adversário no segundo turno, o socialista Célio de Castro (PSB), atual vice-prefeito da capital mineira.
No debate de anteontem promovido pela TV Bandeirantes, o tucano atacou sistematicamente Castro e assumiu claramente a defesa dos projetos do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o que não ocorreu no primeiro turno, mesmo quando provocado pelos adversários.
A estratégia tucana visa reverter o favoritismo do socialista neste início de campanha. Ao contrário do que ocorreu no primeiro turno, Martins agora está em desvantagem eleitoral, conforme admitem os próprios coordenadores da campanha do PSDB.
Martins não poupa mais nem o prefeito petista Patrus Ananias, que passou a apoiar Castro abertamente depois que o candidato do PT, Virgílio Guimarães, não conseguiu passar para a segunda fase da disputa.
Polarização
O tucano tenta polarizar a campanha em torno da aliança de Castro com o PMDB, ao qual é filiado o ex-governador Newton Cardoso.
O ex-governador tem forte índice de rejeição na capital mineira, embora tenha sido eleito novamente prefeito de Contagem, na região metropolitana. Castro fez a aliança com o PMDB no primeiro turno, quando estava praticamente isolado na disputa.
Os tucanos acreditam que Castro pode perder terreno se as suas alianças políticas forem amplamente explicitadas.
"Setores mais atrasados da política mineira se agregaram à campanha dele (Castro)", disse o ex-prefeito Pimenta da Veiga (PSDB), que chegou ontem à capital mineira para aderir de vez à campanha de Martins.
A estratégia de discutir também os projetos do governo FHC está sendo incentivada pela Executiva Nacional do PSDB, segundo defendeu ontem o presidente do partido, senador Teotônio Vilela Filho (AL), que foi a Minas Gerais ajudar na articulação política da campanha.
"São teses eleitoralmente difíceis de serem colocadas, como ajuste fiscal e a questão administrativa, mas o Amilcar encarna o Plano Real no que ele tem de mais essencial, a moralidade pública e a modernidade", disse. Vilela Filho disse que a executiva nacional do partido estará a partir de agora "em sintonia" com a sucessão na cidade. "Belo Horizonte é fundamental para nós".
O socialista Célio de Castro passou a exercer uma postura mais defensiva. Na questão da citada aliança com Newton Cardoso, Castro nega qualquer acordo.

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