São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Problemas de trânsito e soluções

ALÉSIO DE CAROLI

A solução adequada para os problemas de trânsito de São Paulo só se atingirá com estudos de planejamento urbano global, sem preconceitos políticos ou técnicos, com início das ações a curto prazo e resultados a longo prazo.
Vamos exemplificar analisando o trânsito do Butantã, cujo fluxo é gerado pela mistura do tráfego urbano local com o rodoviário, da rodovia Régis Bittencourt.
Para os veículos que vêm da rodovia, o congestionamento tem início no primeiro semáforo, antes do município de Taboão da Serra, continua nas avenidas Francisco Morato e Eliseu de Almeida e atinge o apogeu na avenida Vital Brasil, onde o fluxo se mistura com os da Raposo Tavares, de Osasco, da Cidade Universitária, do Morumbi, da marginal Jaguaré-Santo Amaro e da avenida do Jockey.
O problema não foi resolvido com a modesta ponte para os ônibus que vão a Pinheiros e da passagem subterrânea para o pequeno tráfego da avenida do Jockey.
O trânsito da Régis Bittencourt deve escoar por dois caminhos diferentes. Para os veículos que não se destinam à cidade de São Paulo, a solução é o anel rodoviário em torno da região metropolitana, cuja construção tem custo muito elevado e compete ao Estado.
Já o tráfego dos veículos cujo destino é a cidade de São Paulo deve ser canalizado para uma via expressa, ligada diretamente à marginal Pinheiros e que deveria ter sido construída juntamente com a Régis, como aconteceu com as rodovias que terminam na marginal Tietê. É curioso observar que a Raposo Tavares é uma via expressa no segmento que vai desde Cotia até quase a marginal Pinheiros, faltando um trecho de um quilômetro, não executado, talvez, pelo obstáculo criado pela Cidade Universitária, erro de planejamento da própria USP, que agora sofre também as consequências do trânsito caótico da região.
A última oportunidade é a avenida Escola Politécnica, que dá vazão ao tráfego da Raposo Tavares. É preciso evitar que se transforme em corredor comercial, impedindo os cruzamentos e o acesso aos imóveis lindeiros, o qual deve ser feito por pistas laterais.
Deve-se construir viaduto sobre a avenida Corifeu de Azevedo Marques e nova ponte sobre o rio Pinheiros, para acesso direto à Castelo Branco. A avenida Escola Politécnica só será útil quando for feita a ligação da Raposo à Régis, para permitir acesso rápido dos veículos provenientes do sul do país às zonas oeste, norte e leste.
Essa obra é tão importante que merece análise mais detalhada.

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