São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Governo quer punir usuário, diz promotor
DA REPORTAGEM LOCAL O promotor Saad Mazloum, da Promotoria da Defesa da Cidadania, acusa a Secretaria dos Transportes Metropolitanos de ter fechado as estações para punir os usuários que participaram da depredação."Não é necessária uma interdição tão longa. O secretário quer punir os usuários dessa linha e ameaçar os usuários das outras para que eles não façam novos protestos", afirmou o promotor. A promotoria entrou em junho com uma ação contra a CPTM, exigindo medidas de segurança para evitar acidentes. Saad acha que a culpa pelas depredações é da própria CPTM, que "presta um dos piores serviços públicos do Brasil". "A empresa transporta seres humanos em uma condição inaceitável até para animais. Essa conduta induz os usuários a depredar trens e estações", afirmou. A promotoria já mandou ofícios para os bombeiros e o Contru (Departamento de Controle e Uso de Imóveis), pedindo que as estações e os trens sejam vistoriados. Punição O coordenador do Movimento de Defesa dos Direitos Ferroviários, José Antônio Honório, acha que as estações interditadas poderiam voltar a funcionar ainda esta semana. Essa interdição tão longa, segundo ele, é uma punição aos funcionários que participam da operação padrão. Honório argumenta que a estação Engenheiro Goulart, na zona leste, foi destruída no início do mês e reaberta após uma semana. "O problema de segunda-feira foi causado pela falta de manutenção, que é responsabilidade da CPTM. Mas a empresa quer omitir sua culpa jogando a população contra os funcionários", afirmou. O movimento, formado por cerca de 800 maquinistas e operadores, faz oposição ao Sindicato dos Ferroviários, dominado por funcionários administrativos e aliado à direção da CPTM. Secretaria O secretário Frederico afirmou que a interdição por pelo menos quatro meses é necessária para garantir a segurança da população. Frederico admite que os trens funcionam em condições precárias, mas afirmou que a situação tem melhorado em relação às administrações anteriores. Para o secretário, maquinistas e operadores deviam ter "pensado nas consequências" antes de fazer a operação padrão. A CPTM abriu ontem um inquérito administrativo para apurar se o quebra-quebra foi provocado por sabotagem de funcionários. Texto Anterior: Guarujá terá postos da PM nas praias Próximo Texto: Ônibus custa até 75% mais caro Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |