São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Segurança é preso e desmente acusação contra Matarazzos

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia paulista prendeu ontem, à 1h, o segurança Sérgio Ricardo Vernizzi, 36, sob a acusação de ele e dois outros homens estarem extorquindo um comerciante.
Vernizzi estava desaparecido desde 1995, quando acusou a empresária Maria Pia Matarazzo de ser a mandante da morte de Antônio Erivan de Oliveira Mota, um dos sequestradores da empresária Darci de Moraes.
O segurança disse que trabalhou entre 1993 e 1994 para Maria Pia. Ele havia gravado em 1995 suas acusações em uma fita cassete que foi entregue à polícia.
Ontem, o segurança voltou atrás. Ele disse em depoimento que inventou todas as acusações contra a empresária e José Carlos Matarazzo Kalil, filho de Maria Pia. Seu objetivo ao criar essa história seria escrever um romance policial.
Mota foi assassinado em 1994, um ano depois do sequestro de Darci, que era sogra do filho do Maria Pia. Esta última sempre se disse inocente e afirmava estar sendo vítima de uma extorsão.
O depoimento do segurança foi prestado na Corregedoria da Polícia Civil, pois Vernizzi também acusava policiais da Delegacia Anti-Sequestro de serem os autores da morte de Mota, do qual teria participado o filho de Maria Pia.
Prisão
Com Vernizzi, a corregedoria também prendeu o investigador Idelson Alves Ribeiro, 43, do 47º DP, e o ex-policial civil Jesse Rodrigues dos Santos, 48.
Os três teriam exigido dinheiro para não prender Antônio Jairo da Silva, 32, e acusá-lo de ligações com ladrões de banco. Como ele não tinha dinheiro, os acusados teriam ficado com seu Escort.
Segundo o delegado Emerenciano Dini, da corregedoria, os acusados teriam exigido R$ 4.000 para devolver o carro. O dinheiro deveria ser entregue ontem.
No momento do pagamento, a polícia prendeu Vernizzi. Pouco depois, foram detidos o investigador e o ex-policial civil. Todos se negaram a falar sobre a acusação e a depor à corregedoria.

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