São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Distribuição de remédio começa em 1 mês

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cerca de 10 mil doentes de Aids passarão a receber dentro de um mês os inibidores de protease -medicamentos de última geração para combater o HIV, vírus causador da doença.
O anúncio foi feito ontem pelo ministro Adib Jatene (Saúde), durante inauguração do "Pergunte Aids", um serviço de informações sobre a doença que recebe ligações gratuitamente de todo o país.
Os inibidores de protease formam, com outros medicamentos, como o AZT, um coquetel indicado a doentes em estágios mais avançados da doença, com alta deficiência no sistema imunológico. O Ministério da Saúde já distribui AZT a 360 hospitais, os mesmos que distribuirão os inibidores.
Existem no Brasil 36 mil doentes de Aids. Os que não precisam de internação consomem cerca de R$ 2.000 mensais com remédios.
O estoque de inibidores de protease, suficiente para um ano, custará R$ 40 milhões. O dinheiro foi obtido com o remanejamento de verbas da Ceme (Central de Medicamentos do Ministério da Saúde), porque não havia previsão orçamentária para isso.
"Pergunte Aids"
O Brasil será um dos únicos países a distribuir gratuitamente os inibidores de protease -os EUA, por exemplo, ainda não têm previsão de fazer isso, segundo o Ministério da Saúde.
Existem três tipos de inibidores: saquinavir, indinavir e ritonavir, com indicações diferentes conforme o vírus que infectou determinada pessoa.
Eles bloqueiam a ação da enzima protease, que torna o vírus resistente dentro do organismo depois de se multiplicar. Sem proteção, o vírus novo morre. O AZT atrapalha a multiplicação do vírus no início do processo.
O "Pergunte Aids" vai funcionar entre as 8h e as 20h, com 36 atendentes em três turnos (12 em cada um). O telefone é 0800-612437.
Entre as 20h e as 8h, o serviço registra as perguntas em secretárias eletrônicas. A resposta vai com o telefonema de um atendente, por carta ou fax.
Jatene ligou para o serviço e perguntou se há hospital-dia (no qual o paciente não é internado) em Brasília para atender os doentes de Aids. A resposta foi negativa.

Texto Anterior: Segurança é preso e desmente acusação contra Matarazzos
Próximo Texto: Associação propõe centralizar lista de receptores de órgãos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.