São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Associação propõe centralizar lista de receptores de órgãos

DA REPORTAGEM LOCAL

A ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) vai entregar hoje ao secretário da Saúde, José da Silva Guedes, um documento com propostas para aumentar a eficiência do sistema de doação de órgãos no Estado de SP.
O documento foi preparado por 60 especialistas em transplantes e propõe, entre outras coisas, a adoção de uma lista centralizada de receptores, a criação de um conselho de fiscalização e a divisão do Estado em regionais para procura de possíveis doadores.
Segundo a ABTO, o índice de doadores encontrados no Estado é de 5 pmp (por milhão de pessoas) por ano, considerado ruim. Em países como os EUA, por exemplo, esse índice chegaria a 20 doadores pmp por ano, e na Espanha o índice seria de 47 pmp por ano.
"Se conseguirmos chegar a um índice de 20 pmp por ano já seria possível diminuir bastante a fila de transplantes", afirma o presidente da ABTO, Elias David-Neto.
A intenção da associação é também diminuir as perdas decorrentes de problemas com a organização do sistema de transplantes.
Em 1995, apenas 28% do total de doadores notificados tiveram seus órgãos utilizados para transplante.
Propostas
A principal proposta da ABTO é a criação de "regionais de procura". O Estado seria dividido em 13 regiões, cada uma sob a responsabilidade de uma OPO (Organização de Procura de Órgãos).
"A notificação da morte encefálica é compulsória, mas atualmente só um terço delas são notificadas. O que temos hoje é uma procura passiva por órgãos, queremos uma procura ativa", afirma David-Neto.
O documento propõe também a criação de um conselho deliberativo, que atuaria como órgão fiscalizador, monitorando o sistema a partir dos dados fornecidos por cada uma das regionais.
A lista única, controlada pela secretaria da Saúde, eliminaria a duplicidade de inscrições.

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