São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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População pode ficar 6 meses sem trem

DA REPORTAGEM LOCAL

A interdição de um trecho de 49 quilômetros da linha Jundiaí-Paranapiacaba da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) pode durar até seis meses.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, havia informado que a interdição seria por quatro meses.
Ontem, ele afirmou que a reforma das estações e dos trens pode se prolongar por seis meses.
O trecho foi interditado anteontem, após um quebra-quebra que danificou as sete estações entre Francisco Morato e Vila Clarisse, zona norte da Grande São Paulo.
Cerca de 60 mil pessoas estão sendo afetadas pela paralisação.
O motivo da revolta foi o atraso dos trens, provocado pela "operação padrão" empreendida por maquinistas e operadores descontentes com o acordo salarial.
Na "operação padrão", os funcionários retiram o trem de circulação se ele apresentar qualquer problema que fira as normas de segurança previstas pela CPTM.
Reforma e ônibus lotados
Segundo o secretário, o trecho só será liberado quando todas as estações forem reformadas e os 23 trens que operam nessa linha estiverem em "perfeitas condições".
A reforma das estações deve durar menos de um mês. Mas a CPTM pediu de seis meses para colocar as dez composições danificadas em funcionamento.
O secretário disse que seria "inseguro para a população" operar a linha com apenas 13 trens, mesmo com o apoio de um esquema especial de ônibus. "O intervalo entre os trens seria muito grande, as estações ficariam lotadas e novos distúrbios poderiam acontecer."
Para a Promotoria da Defesa da Cidadania, a secretaria estaria tentando punir os usuários que participaram da depredação com a suspensão dos trens (leia na pág. 3).
Ontem, mesmo com os 137 ônibus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) deslocados, centenas de pessoas ficaram sem transporte.
Pela manhã, havia filas enormes nos pontos de ônibus de Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras, cidades-dormitórios que têm no trem praticamente seu único meio de chegar a São Paulo.
A secretaria afirma que, até o final da semana, 150 ônibus estarão operando na região.

LEIA MAIS sobre a interdição dos trens na pág. 3

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