São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Lucro da Coca sobe e o da Pepsi despenca

CLÁUDIA TREVISAN
DE NOVA YORK

A guerra travada entre as duas maiores fabricantes mundiais de refrigerantes teve ontem mais um lance desfavorável para a PepsiCo: a empresa anunciou queda de 76,7% em seus lucros no último trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto sua maior rival, a Coca-Cola, divulgou alta de 20,6% nos ganhos.
O lucro da PepsiCo caiu de US$ 617 milhões no terceiro trimestre de 1995 para US$ 144 milhões. O da Coca-Cola passou e US$ 802 milhões em 95 para US$ 967 milhões no último trimestre.
A principal razão para a queda nos lucros da PepsiCo é que foram gastos US$ 361 milhões na reestruturação dos negócios internacionais na área de refrigerantes.
A companhia também injetou US$ 23 milhões na engarrafadora de seus produtos em Buenos Aires, a Baesa, que enfrenta dificuldades financeiras.
A América Latina tem sido uma frequente causadora de problemas para a PepsiCo. Há poucos meses, a empresa perdeu para a Coca-Cola a engarrafadora com que trabalhava havia anos na Venezuela, numa das jogadas mais espetaculares da guerra das "colas".
Outra batalha perdida recentemente pela PepsiCo foi o mercado russo, onde a Coca-Cola passou a ter supremacia depois de anos de domínio da rival.
O gasto da PepsiCo com a reestruturação internacional já havia sido anunciado em setembro. Na época, a empresa disse que dispenderia US$ 525 milhões no último semestre do ano com mudanças em sua estrutura fora dos EUA.
As perdas foram provocadas também por queda de 9% na venda de refrigerantes no mercado internacional, que anulou o crescimento de 4% registrado nos EUA.
Ao contrário da Coca-Cola, que concentra seus negócios na venda de bebidas, a PepsiCo atua ainda na área de restaurantes e salgadinhos industrializados.
O lucro dos restaurantes teve queda de 9%, principalmente em razão do mau desempenho da Pizza Hut dentro dos Estados Unidos.
Refrigerantes
O lucro da Coca-Cola foi provocado principalmente pelo crescimento na venda de refrigerantes. A empresa tem conseguido superar a PepsiCo em mercados importantes e continua com uma política agressiva.
Ao contrário de sua rival, a Coca-Cola teve um bom desempenho na América Latina, onde suas vendas cresceram 10%. O melhor resultado foi registrado no Chile, com uma alta de 20%.

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