São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Cirurgia de Ieltsin pode ser adiada

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo russo negou ontem rumores sobre o adiamento da operação cardíaca a que o presidente Boris Ieltsin será submetido.
Segundo a rádio Ecos, de Moscou, a taxa de hemoglobina do presidente está abaixo do normal, o que impossibilitaria uma intervenção cirúrgica.
A informação dada pela Ecos foi baseada em relatórios de médicos da clínica Tchazov, em Moscou, onde Ieltsin será operado. Os médicos tiveram acesso aos exames do presidente.
As últimas análises do sangue de Ieltsin, segundo a Ecos, mostraram uma taxa de hemoglobina de 42%, abaixo da normal que varia entre 78% e 96%.
A hemoglobina é o pigmento existente nos glóbulos vermelhos do sangue que tem como função o transporte do oxigênio às células.
Os médicos da Tchazov acreditam que o baixo nível pode ter sido provocado por uma úlcera.
"Os preparativos para a cirurgia estão indo de acordo com o planejado", disse Sergei Iastrjembski, porta-voz do Kremlin.
Ieltsin, 65, deve ser submetido a uma anastomose -para a implantação de uma ponte de safena- no mês que vem. Desde que foi reeleito, em julho passado, ele tem passado a maior parte do tempo recolhido a clínicas e hospitais.
Recado
Ieltsin, que está em uma clínica de Moscou, se reuniu ontem com o presidente do Turcomenistão, Saparmurat Niazov, e com o premiê russo, Viktor Tchermonirdin.
Ieltsin falou sobre a crise no Afeganistão com Niazov e mandou um recado ao ministro do Interior, Anatoli Kulikov, e ao secretário-geral do Conselho de Segurança russo, Alexander Lebed.
Segundo o porta-voz Iastrjembski, Lebed e Kulikov devem acabar "com a batalha verbal" sobre o processo de paz na Tchetchênia.
Kilikov afirmou que o acordo de paz alcançado entre Lebed e os rebeldes tchetchenos, em agosto passado, equivale à capitulação de Moscou na república separatista.
Acordo
A agência de notícias "Interfax" afirmou ontem que o Ministério da Defesa russo teria intenções de modificar pontos do acordo de redução de armas nucleares entre EUA e Rússia, o Start-2, para os deputados russos poderem ratificar o tratado. Um porta-voz do ministro da Defesa, Igor Rodionov, negou a informação.
Assinado em 1993, o texto prevê que os dois países devem reduzir até 2003 seus arsenais nucleares.
O Senado americano ratificou o acordo em janeiro passado, mas o documento tem de ser assinado também pelo Parlamento russo.

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