São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Para PPB, apoio a Pitta seria prejudicial

DA REPORTAGEM LOCAL E DA SUCURSAL DO RIO

O acordo entre o pedetista Francisco Rossi e Paulo Maluf não saiu porque o prefeito chegou à conclusão de que isso traria mais prejuízo do que benefício a seu candidato, Celso Pitta.
Isso foi dito ontem, mas Maluf foi o primeiro a procurar Rossi depois de 3 de outubro. Logo no dia seguinte encontrou-se com ele.
Nesta semana houve outros contatos de representantes do prefeito com Rossi, antes de o pedetista anunciar, depois de vários adiamentos, sua "neutralidade".
A indefinição de Rossi é, no fundo, uma postura pró-Pitta, na avaliação de um cacique da campanha pepebista. Ela frustraria a formação de uma grande frente antimalufista suprapartidária, integrada por PT, PSDB e PDT.
A demora do diretório estadual do PDT em se definir acompanhou os tempos da negociação. Corre nos bastidores da campanha de Pitta a versão de que o apoio de Rossi estaria para ser anunciado ontem de manhã.
A antecipação do acordo pela imprensa, com as notícias sobre as negociações, teria convencido Maluf a desistir dele.
Rossi nega peremptoriamente a existência de acertos que envolvessem o pagamento de suas dívidas de campanha. "É mentira", afirmou, quando perguntado se Maluf lhe havia oferecido dinheiro pelo apoio no segundo turno.
Três a quatro semanas antes do primeiro turno, segundo a Folha apurou, Maluf teria feito proposta em dinheiro para que Rossi desistisse. Se isso acontecesse, Pitta poderia ter ganho a eleição no primeiro turno. Rossi não teria aceito porque acreditava que disputaria o segundo turno.
Rossi e o PDT
Enquanto Rossi anunciava em seu comitê, na avenida Indianópolis (zona sul da cidade), que ficaria "neutro" e que o partido liberava os afiliados, a Executiva Nacional do PDT, reunida no Rio de Janeiro, chegava à decisão oposta.
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, anunciava sua disposição de "fazer gestões" junto aos membros do diretório regional de São Paulo para que apoiassem a petista Luiza Erundina.
Informado sobre a resolução do PDT paulista, Brizola disse que a executiva estadual "é uma comissão provisória, que exerce seu mandato como representante da Executiva Nacional".
Afirmou que "irá insistir no reexame da questão" e não descartou a possibilidade de vir a São Paulo para dizer aos trabalhistas que votem em Erundina.
Procurado pela Folha, Rossi não comentou as declarações de Brizola. "Anunciei minha opinião de manhã, e nada altera isso", disse.

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