São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996 |
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Eizo Sugawa traz ao Brasil seu cinema inconformista
INÁCIO ARAUJO
Retirado do meio cinematográfico, foi localizado pela delegação brasileira que esteve no Japão em 1995, graças à insistência do cineasta Carlos Reichenbach e ao esforço do sr. Kusakabe, ex-diretor do Festival de Tóquio, onde Sugawa conversou com a Folha. * Folha - Há quem diga que seu trabalho não foi mais valorizado no Japão porque a Toho, seu estúdio, privilegiava os diretores já consagrados. Eizo Sugawa - A Toho daquela época tinha diretores como Kurosawa, Shiro Toyoda, Hiroshi Inagaki. Era natural que investisse mais neles. Folha - O sr. foi assistente de Mikio Naruse, um dos mestres do intimismo japonês. Sugawa - Meus filmes são muito diferentes dos de Naruse. Mas hoje, quando os revejo, noto que me deixou muitas marcas. Penso que meus filmes mais recentes são mais próximos de Naruse. Hoje, sou mais capaz de entendê-lo. Folha - Seus filmes deixam a impressão de que ninguém soube filmar Tóquio tão bem quanto o sr., em filmes como "Morte à Fera" (1959). Sugawa - De lá para cá, o Japão mudou muito. Naquele tempo, o sonho dos jovens japoneses era pegar um avião, um quadrimotor, e ir para os EUA. Hoje, os quadrimotores nem existem mais. Texto Anterior: ANGEL BABY; AS CRIANÇAS DE JORDBRO; AS IRMÃS DE FORMOSA; BANDOLEIROS; BARIZOGON; BELA ALDEIA, BELAS CHAMAS Próximo Texto: Pessimismo marca obra do diretor Índice |
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