São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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'Ed Mort' é comédia para o grande público

JOSÉ GERALDO COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Ed Mort", dirigido por Alain Fresnot, é uma comédia desenhada para atingir um vasto público.
Seu primeiro trunfo é o enredo, inspirado nas aventuras do detetive fuleiro criado por Luís Fernando Veríssimo.
Todo ele é uma paródia debochada dos romances "noir".
Ed recebe de uma bela mulher a incumbência de achar seu marido desaparecido, o Silva.
O problema é que o Silva é o rei do disfarce, e a cada vez aparece encarnado numa pessoa diferente.
Em sua busca por esse ser mutante, o detetive Ed Mort descobre uma trama que envolve sequestro de crianças para sua transformação em salsichas.
Para complicar as coisas, Ed Mort se envolve com a apresentadora do programa infantil de TV em que somem as crianças.
O segundo grande trunfo do filme é o elenco.
Paulo Betti (como Ed Mort), Ary Fontoura (o dono da fábrica de salsichas) e Otávio Augusto (o chefe de polícia) estão excelentes, como de hábito.
Mas a grande surpresa é a atriz Claudia Abreu, como uma paródia perfeita e irresistível de Xuxa, Angélica e congêneres.
Como chamariz adicional, "Ed Mort" conta com participações muito especiais das personalidades nas quais o Silva se transforma ao longo da trama: Chico Buarque, Gilberto Gil, Luiza Thomé, Zé do Caixão etc.
Assim como o ótimo e pouco visto "Beijo", de Walter Rogério, "Ed Mort" mostra que o cinema brasileiro está aprendendo a conciliar diversão e inteligência.

Filme: Ed Mort
Produção: Brasil, 1996, 100 min.
Direção: Alain Fresnot
Com: Paulo Betti, Claudia Abreu, Ari Fontoura, Otávio Augusto, Irene Ravache e outros

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