São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996 |
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O cinema documentado
INÁCIO ARAUJO
Ali, Kiarostami revisita os locais em que filmou, reencontra seus atores, conversa com eles. Mas é sobretudo a concepção de falso e verdadeiro no cinema -sempre presente em seus filmes- que o realizador coloca em relevo. "Abbas Kiarostami" faz parte da notável série francesa de televisão "Cinema de Nosso Tempo", da qual vêm sete exemplares para o festival. Os outros episódios programados são: "David Lynch", de Guy Girard, "Martin Scorsese", de André S. Labarthe, "Nouvelle Vague", de Janine Bazin e André S. Labarthe, "Robert Bresson", de François Wyergans, "Jean Renoir", de Jacques Rivette, e "Manoel de Oliveira", de Paulo Rocha. "Cinema de Nosso Tempo" não é uma emissão de fofocas. É uma espécie de "antimaking of". Não é feita por razões comerciais, nem para mostrar a intimidade do cineasta ou de seus atores. A série propõe uma espécie de crítica em imagens, levantando as circunstâncias em que a criação do filme se dá e, sobretudo, as idéias que a motivam. Há casos, como o do episódio dedicado à "Nouvelle Vague", em que o filme recoloca as questões suscitadas por um movimento importante como esse que renovou o cinema francês nos anos 60. Há outros, como o de Kiarostami, em que a obra e o personagem se imbricam de tal forma que, menos do que um documentário sobre o cineasta, parece que vemos uma continuação de seus filmes. (IA) Filme: Cinema do Nosso Tempo Produção: França, 1995. Tema: Série dedicada ao trabalho dos cineastas Abbas Kiarostami, David Lynch, Martin Scorcesese, Robert Bresson, Jean Renoir, Manoel de Oliveira e à nouvelle Vague Texto Anterior: Téchiné realiza o seu conto das duas estações Próximo Texto: QUESTÃO DE FÉ; RAIOS GELADOS DE SOL; RAROS SONHOS FLUTUANTES; RELAÇÕES ÍNTIMAS Índice |
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