São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Laetitia Masson apresenta o amor difícil

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma garota perturbada, a dúvida sentimental e um coração partido.
"Ter ou Não Ter" ("En Avoir ou Pas"), de Laetitia Masson, é o que há de mais comum no cinema francês: uma história de amor que se converte em metáfora.
Mas não existe aqui Paris, os encantadores café nos bulevares e esse fácil adjetivo que é o charme. No lugar Laetitia apresenta Lyon, o imigrante desajustado e as cadeias de fast-food.
"Ah! Brasil? Uma terra tão longe não? É uma pena, mas acho que não poderei estar presente no festival", contou Laetitia de Vancouver, no Canadá, à Folha. O motivo é seu mais novo trabalho, que prepara naquele país.
O grande objeto do filme, tão bem disfarçado na desilusão amorosa de seu personagem, é a outra França, localizada muito distante do cenário turístico ou qualquer tipo de ilusão sentimental sobre a cultura.
Depois de perder o emprego em uma fábrica de peixes, uma jovem chamada Alice -a atriz Sandrine Kiberlain, que funciona como um alter ego da diretora- parte sem rumo e encontra um rapaz de origem árabe.
O universo dos personagens se cobre então de uma melancolia própria do romance, das estratégias da sensibilidade e da dúvida constante sobre a extrema dificuldade de se fazer amado.
"Um filme dedicado ao sentimento".

Filme: Ter ou Não Ter
Produção: França, 1995, 123 min.
Direção: Laetitia Masson

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