São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Material de bomba era de uso do Exército

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA (PR)

A polícia do Paraná divulgou ontem o retrato falado do suspeito de ter colocado uma bomba-relógio num banheiro do shopping Curitiba, na terça-feira.
Trata-se de um homem de cerca de 25 anos, 70 kg e 1,75 m de altura, cuja descrição foi fornecida por um segurança do shopping. Hoje deve ser divulgado um retrato falado de uma moça que, segundo o segurança, tem cerca de 20 anos e acompanhava o suspeito.
A bomba foi encontrada antes de explodir. A administração do shopping retirou as pessoas do local alegando que havia um vazamento de gás. A bomba foi detonada por policiais em uma praça.
A polícia baseia as investigações também na certeza de que a bomba foi feita por um profundo conhecedor do assunto.
Segundo o comandante do Centro de Operações Especiais da Polícia Militar, tenente Fernando Francischini, o artefato foi feito com dois tipos de explosivos, um dos quais -o pentolite- é usado pelas Forças Armadas para demolições e não pode ser achado no comércio legal.
O segundo dispositivo consistia de um tubo plástico maior, contendo cerca de meio quilo de massa de tiro, material usado para impulsionar rojões.
O delegado-chefe da Delegacia de Segurança e Informações, Luís de Bastos Silva, que preside as investigações, disse que a polícia já tem o primeiro nome de dois suspeitos e espera prendê-los logo.
A polícia leva em conta também informações prestadas pela administração do shopping a respeito de ex-funcionários das empresas construtoras e incorporadora, que poderiam fornecer informações sobre a estrutura do prédio, inaugurado em 25 de setembro.
O secretário da Segurança do Paraná, Cândido Martins de Oliveira, disse que, por causa da presença de explosivo de uso militar na bomba, também é considerada a possibilidade de envolvimento de pessoas que já tiveram ligação com o Exército.
Síndrome de repetição
Oliveira anunciou uma operação destinada a conter o que ele chama de "síndrome de repetição", que ontem provocou uma série de alarmes falsos sobre bombas.
Um deles levou a polícia a evacuar o shopping Itália, no centro de Curitiba. Nada foi encontrado.
Ele disse também que fará uma investigação rigorosa sobre a origem dos telefonemas anônimos dando falsos alarmes de bombas -crime que pode resultar em pena de multa ou prisão pelo período de 15 dias a seis meses.
No shopping Curitiba, o número de seguranças foi mantido, mas havia dois homens na porta de cada banheiro. Os lojistas não registraram queda no movimento.

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