São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996 |
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Rixa com Cavallo derruba Bolsa argentina
RODRIGO BERTOLOTTO
"Cavallo agora é da oposição, e está fazendo coisas irresponsáveis que prejudicam o país", disse o presidente em entrevista a correspondentes estrangeiros. Menem se esforçou para acalmar os mercados após as declarações de Cavallo no momento que o país tem quase diariamente casos de corrupção sendo divulgados. "As Bolsas caíram em todo o mundo pela mudança na economia mexicana, não por Cavallo." O presidente se referia ao índice Merval de anteontem, que caiu 0,98%. Mas, ontem, a bolsa sofreu nova queda: agora de 3,18%. Nem as falas de Menem nem as do embaixador dos EUA na Argentina, James Cheek, conseguiram acalmar o mercado. Cheek disse, anteontem, que Cavallo não tinha razão quando dizia que no governo há "máfias". Menem reuniu seu ministério na terça-feira, após ouvir as denúncias de Cavallo. Ontem, ele tentou mostrar confiança, disparando contra as ambições políticas do ex-ministro. "Quem perde a cabeça, sempre acaba derrotado. É como no futebol: o jogador nervoso agride o rival, é expulso, prejudicando a si mesmo e ao time. Eu estou bem tranquilo", disse. Menem também negou que tenha tentado uma trégua com Cavallo, que pretende se candidatar a deputado nas eleições de 97. Aproveitando o clima eleitoral, Menem negou que o modelo do seu governo seja neoliberal. Seria um peronismo renovado. Menem privatizou boa parte da estrutura criada por Juan Domingo Perón, fundador do partido de Menem. Texto Anterior: Alemanha deve investir US$ 1 bi na privatização no Brasil em 97 Próximo Texto: FHC promete reduzir taxa de desemprego Índice |
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