São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Alemanha deve investir US$ 1 bi na privatização no Brasil em 97

Declaração foi feita durante reunião econômica anual

ANTONIO CARLOS SEIDL
ENVIADO ESPECIAL A DRESDEN (ALEMANHA)

As empresas privadas alemães devem investir US$ 1 bilhão nas privatizações brasileiras em 1997 (estimadas em US$ 10 bilhões pelo ministro do Planejamento, Antonio Kandir), segundo Hans-Georg von Heydebreck, vice-presidente mundial da Ferrostaal AG, multinacional alemã de bens de capital.
A declaração foi feita no encerramento da 23ª Reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha de Cooperação Econômica ontem em Dresden, na Alemanha.
Heydebreck, principal representante da iniciativa privada alemã na comissão, calcula que as empresas estrangeiras vão responder por cerca de 30% no valor total das privatizações brasileiras no próximo ano.
Segundo Heydebreck, a Companhia Vale do Rio Doce e os setores de energia, telecomunicações e transportes são os principais alvos das empresas alemães na pauta de privatização do Brasil em 1997.
Primeiro passo
Roberto Abdenur, embaixador do Brasil na Alemanha, disse que o desejo manifestado pelos empresários alemães de participar da privatização no Brasil foi o resultado mais importante da reunião econômica anual Brasil-Alemanha.
O primeiro passo para a viabilização disso será dado em janeiro próximo com a realização de uma reunião de líderes empresariais, banqueiros, consultores e representantes dos ministérios da Economia e Relações Exteriores alemães com representantes do governo brasileiro.
Segundo Abdenur, o futuro da presença alemã no Brasil vai depender de mais agressividade nos investimentos na privatização e não apenas na indústria. Com um valor histórico de US$ 10,5 bilhões, a Alemanha é o segundo país que mais investe no Brasil.
Werner Ross, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha estima que os investimentos diretos (dinheiro que segue para a produção e não para o mercado financeiro) da Alemanha no Brasil alcançarão cerca de US$ 1 bilhão, por ano, nos próximos cinco anos.
O embaixador Abdenur destacou como outro resultado importante da reunião da Comissão Mista o estabelecimento de um mecanismo de contato dos governos e setores privados dos dois países para atrair as pequenas e médias empresas alemãs para novos investimentos no Brasil, principalmente nos setores de agrobusiness e microeletrônica.

O jornalista ANTONIO CARLOS SEIDL viajou à Alemanha a convite da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, de São Paulo.

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