São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996 |
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'The Economist' inaugura escritório em SP
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
Com 609 mil exemplares de tiragem média no primeiro semestre, a revista -que é considerada uma das mais influentes do mundo- está aumentando sua cobertura sobre os países emergentes, inclusive Brasil, explica Michael Reid, correspondente no país. Sempre opinativa e frequentemente polêmica, a "The Economist", fundada em 1843, foi classificada por um dos seus fãs, o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger como "a bem-escrita e articulada bíblia do liberalismo". Nos últimos dez anos, a circulação aumentou 125%. Mais do que esse crescimento, o que chama a atenção nos dados sobre a "The Economist" são os números sobre a distribuição dos leitores no mundo. Hoje, mais de 80% dos seus assinantes estão fora da Grã-Bretanha. Não existem casos semelhantes de publicações que vendam muito mais fora do seu país de origem. O aumento na tiragem dos últimos anos tem assegurado a continuidade do que passou a ser tradição da "The Economist": nos seus 153 anos, sempre deu lucro. Atualmente, a revista pertence a uma companhia formada em 1928, cujo acordo de criação não permite que um acionista tenha mais do que a metade do seu capital. O maior acionista é o grupo Pearson, inglês, que também publica o jornal "Financial Times". Liberalismo Feita por uma equipe enxuta -cerca de 60 jornalistas, incluindo os correspondentes internacionais- , a "The Economist" tem aumentado circulação e prestígio junto aos leitores, acompanhando o processo de globalização. E não é de se estranhar que isso tenha ocorrido: ela foi criada especificamente para defender os princípios do livre mercado e do comércio sem fronteiras. Outra razão para seu sucesso seria o fato de ser uma publicação em inglês, língua quase universal. Com redação em Londres e cerca de 20 correspondentes no exterior, é impressa em cinco países. Contrariando a tendência de boa parte da imprensa ocidental, a direção da "The Economist" não adotou padrões como textos curtos, muitas ilustrações e notícias que buscam ser imparciais. Ao contrário, a revista tem opiniões sobre tudo, ou quase tudo. A grande maioria das reportagens traz não apenas informações, mas também opiniões. O caso mais famoso é o tratamento dado à questão das drogas -a revista passou, desde meados dos anos 80, a defender a descriminação da maconha, chocando boa parte dos seus leitores, em geral conservadores. Texto Anterior: Porto inicia processo para demitir 2.573; Mercosul faz concurso para definir logomarca; Simpi aponta queda na inadimplência em SP; Volks instala novos robôs em Taubaté; Pólo petroquímico será construído em Paulínia; Amil ampliará reajuste dos planos de saúde Próximo Texto: Economistas fazem elogios Índice |
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