São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Novatos buscam amparo na seleção

ARNALDO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A TERESINA (PI)

A primeira convocação para a seleção de futebol ainda assusta e inibe jovens jogadores brasileiros, que, em seus clubes, já são considerados estrelas e astros.
Em Teresina, o meia Denílson (São Paulo), o lateral César Prates (Internacional), o atacante Renaldo (Atlético-MG) e o goleiro Marcos (Palmeiras) passaram por essa experiência e procuraram o apoio dos mais tarimbados para não se perderem.
Terno
As inquietações dos novatos começaram já no momento em que o técnico Zagallo anunciou a lista dos convocados para o amistoso contra a Lituânia.
Denílson, por exemplo, não sabia com que roupas deveria viajar para o Piauí e temia levar um "trote" dos veteranos.
"Tive que me informar com o Zetti, meu companheiro de clube. Pensei que seria necessário levar uma mala cheia de roupas, mas ele me disse que só precisava das chuteiras e caneleiras. O resto, a CBF forneceria", disse.
Mas a angústia de Denílson não terminou por aí.
Ele não tinha um terno para viajar com a delegação.
"Comprei um às pressas e precisei do meu pai para dar o nó na gravata. Nem desmanchei esse nó, pensando na volta. Sou marinheiro de primeira viagem", afirmou.
Conselhos
O goleiro Zetti também serviu como conselheiro para o "rival de posição" Marcos.
Os dois dividiram o mesmo quarto na concentração da seleção brasileira, onde Zetti procurou orientar o colega.
"Ele é uma pessoa muito boa e me ajudou muito, quebrando logo o gelo do primeiro contato", disse Marcos.
Renaldo também preferiu ouvir seus companheiros de time, que já estiveram na seleção brasileira, para não ser surpreendido na primeira convocação.
"Conversei com o Taffarel e com o Ronaldo e eles me disseram o que pude comprovar depois. O ambiente da seleção é completamente diferente do ambiente do clube", disse.
"O assédio da imprensa e dos torcedores é muito maior e pode realmente assustar", acrescentou o atacante.
O lateral César Prates, por sua vez, acabou ficando deslumbrado com a nova experiência.
"Achei que encontraria uma competitividade muito grande. Mas, na seleção, todos conversam e te ajudam. É mais fácil que no clube", disse.
Denílson concordou com o lateral do Internacional.
"Percebi que o Leonardo, por exemplo, é muito legal. Sempre fui fã dele, quando era juvenil, e imaginei que haveria um distância entre nós. Que nada!", afirmou.
Aprovação
Responsável pela convocação dos novatos, o técnico Zagallo disse que eles passaram no primeiro teste.
"Até achei que os garotos, desta vez, se soltaram rapidamente. Mostraram isso nos treinos."

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