São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Arafat acusa Israel de racismo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, rejeitou uma proposta para a retirada israelense da cidade de Hebron (Cisjordânia) e acusou Israel de tentar implantar um sistema "pior do que o apartheid".
Segundo o líder palestino, em visita pelo Cairo (Egito), o plano apresentado é uma "tragédia".
"Mostra as intenções agressivas de Israel e também um racismo completo e repugnante", afirmou.
Segundo Arafat, o projeto vai dividir a cidade em duas partes, e os israelenses terão privilégios.
Eles vão poder perseguir qualquer pessoa em qualquer lugar da cidade e limitar a construção de prédios, afirmou o líder palestino.
"Não há dúvidas de que esse plano vai causar um protesto internacional", disse Iasser Arafat.
O líder palestino mostrou o plano ao presidente do Egito, Hosni Mubarak, e a embaixadores da Itália, da Holanda e da Irlanda.
"Os israelenses estão tentando bloquear e sabotar tudo o que já foi assinado." Arafat refere-se aos acordos assinados em 1995, segundo os quais Israel deveria ter se retirado da cidade em março.
Israel e palestinos deveriam retomar o diálogo ontem em Taba (Egito), mas as negociações foram adiadas por algumas horas por causa de atraso dos israelenses.
Golpe
Zeev Maoz, líder do Centro de Estudos Estratégicos da Universidade de Tel Aviv, disse que havia a chance de um golpe militar contra o premiê Binyamin Netanyahu.
Segundo o estrategista, Netanyahu tirou dos militares a tradicional influência que eles têm na política do país e os deixou insatisfeitos.
O general Amos Gilad disse ontem que o Exército israelense está treinando para um possível ataque da Síria contra o país depois das eleições americanas de novembro.
O ataque sírio seria para retomar as colinas do Golã.

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