São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Debate
NELSON DE SÁ
A CNN, claro, e a Worldnet, do governo americano. Mas também a brasileira Globo News, com tradução para o português, e as hispânicas CBS Telenotícias, da americana CBS, Canal de Notícias NBC, da americana NBC, e Eco, mexicana, as três com tradução para o espanhol. É a prova midiática da influência da política dos EUA sobre a América Latina. Clinton já é e deve ser mais claramente em 2005, com a associação de livre comércio, um presidente das Américas. A atuação de redes como CNN, CBS, NBC, além da News, associada à Globo, é um passo a mais na direção. O debate em si, como vem acontecendo no Brasil, foi prova de conservadorismo. Não importa o quanto se ataque, vence a situação. Os publicitários de Bob Dole, adversário de Clinton, prometeram questionamentos éticos, gastaram uma semana em ameaças, para nada. Dole bem que tentou. Falou dos "problemas éticos na Casa Branca". Repetiu-se na frase "eu mantenho a minha palavra", golpe retórico para dizer que Clinton não mantém. O resultado foi pífio, nas pesquisas. Não deixa de ser um aviso para Erundina. Mais do que um aviso, deixa a impressão de que não adianta, nada vai mudar. As delícias do monopólio. A Globo News entrou no ar nos canais 25 da Net e 43 da Multicanal, ligadas à Globo. Em ambas, logo antes da CNN. Na Net Rio foi ainda pior. Entrou no canal 18, precisamente o canal da CNN, que foi jogada lá para o 43. No exterior não é diferente. A Time Warner, empresa de cabo ligada à CNN, não quis transmitir a concorrente Fox News, de Rupert Murdoch. Murdoch reagiu barrando um canal da Time Warner na Grã-Bretanha, na sua BSkyB, empresa de satélite. Monopólios globais. Texto Anterior: Uso irregular não foi contido Próximo Texto: PFL quer reeleição, mas rejeita reforma Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |