São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo vai fundir órgãos de educação

FAE e FNDE se unem para cortar gastos

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Educação vai fundir até o final deste ano a FAE (Fundação de Assistência ao Estudante) e o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Com a fusão, o governo terá mais controle sobre as ações da FAE, responsável pela distribuição nacional dos livros didáticos, programa que custa R$ 120 milhões e é pago com recursos do FNDE.
O presidente da fundação, José Antônio Carletti, afirmou que isso não será um problema. "A população prefere uma segurança maior no serviço público, em vez de independência de ação".
O objetivo é cortar gastos de cerca de R$ 50 milhões com duplicidades de funções das duas instituições. A maior parte da economia virá com o fim do pagamento de aluguéis, já que delegacias da FAE serão incorporadas às do MEC.
A °Folha apurou que a medida resultará em corte de pessoal, ainda que não imediatamente. Há funcionários não estáveis e cargos de confiança nos dois órgãos.
A fusão será incluída na MP (medida provisória) da reforma do Estado em uma de suas reedições até o final do ano.
Novo nome
Não está definido ainda o nome completo do novo órgão. Sabe-se apenas que será um instituto e que vai ter exatamente as mesmas funções que a FAE e o FNDE têm hoje.
O FNDE é uma autarquia que administra um terço da arrecadação do salário-educação (um contribuição social de 2,5% das folhas de pagamento em todo o país). Os outros dois vêm dos Estados.
No total, o fundo tem um orçamento de cerca de R$ 1 bilhão por ano, que devem ser gastos com o 1º grau. Um de seus programas é o repasse de dinheiro diretamente para as escolas, para custear reformas ou equipamentos.
Há também a "TV Escola", que inclui a instalação de postos com antena parabólica, televisor e videocassete para o treinamento de professores e distribuição de filmes didáticos para os alunos.
A FAE, além dos livros didáticos, repassa aos Estados e municípios o dinheiro da merenda escolar.
Esse programa tem um custo total de R$ 600 milhões por ano -o suficiente para comprar um lanche diário de R$ 0,13 por aluno.

Texto Anterior: Finesse; Ronaldinho, Ronaldão; Na mosca
Próximo Texto: Escola privada poderá proibir matrícula de inadimplentes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.