São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996
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Infrator vai para presídio em Pernambuco

DF
DA ENVIADA ESPECIAL A RECIFE (PE)

Desde agosto de 95, os adolescentes infratores de Pernambuco que aguardam julgamento e os que foram sentenciados ao regime de internação vivem confinados em um presídio de segurança máxima em Paulista (Grande Recife).
Apesar de admitir que presídios não são o local ideal para recuperar adolescentes infratores, o governo de Pernambuco e a Vara da Infância e da Juventude consideram a transferência positiva.
Nos 12 meses anteriores à transferência foram registrada dez rebeliões no antigo centro provisório de internação (para os que aguardavam julgamento), com a morte de um adolescente.
No centro de internação do Cabo, onde os adolescentes deveriam cumprir penas de seis meses a três anos, havia uma média de seis fugas por semana. O centro não tinha muros altos nem portões.
Desde a transferência não houve nenhuma fuga, e a última rebelião aconteceu em setembro de 95.
"No início os adolescentes tiveram alguma dificuldade de se adaptar, mas agora não temos mais problemas. Estamos plantando coqueiros, fizemos uma horta e estamos nos esforçando para dar um ar mais humano à antiga penitenciária", afirma o capitão da PM José de Oliveira Gomes, diretor do complexo presidiário.
Para cumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente, os menores que aguardam julgamento ficam em um pavilhão separado dos que já foram sentenciados.
Eles só se encontram quando há campeonatos de futebol ou eventos sociais.
Os adolescentes que já foram sentenciados podem optar por aprender quatro profissões: pedreiro, encanador, marceneiro ou empalhador.
Os que têm bom comportamento e o primário completo também podem fazer cursos de tipografia ou panificação fora do presídio.
Os adolescentes são obrigados a participar de pelo menos duas oficinas.

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