São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996
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Menor vai trabalhar na Justiça

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Seis garotos infratores ganharam neste mês oportunidade de se reabilitar na Defensoria Pública do Distrito Federal. Eles foram contratados pelo órgão e estão ganhando um salário mínimo.
Inspirado em uma experiência bem-sucedida, o projeto é destinado a garotos que cumprem medidas socioeducativas de liberdade assistida ou semiliberdade -que praticaram crimes leves ou vieram de internação.
"A convivência diária com a Justiça é muita didática -eles vêem os presos e perdem o conceito de que só existe impunidade", afirma o diretor-chefe da Defensoria Pública, Archimedes Cunha.
Segundo ele, a meta é atender 40 infratores de 14 a 18 anos de idade, que trabalharão no atendimento ao público, registro e acompanhamento de processos.
Os novos contratados vão assistir a sessões de julgamento no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e no STF (Supremo Tribunal Federal).
Cunha afirma que o programa foi inspirado na experiência com J.D.E.C, 15.
Ex-consumidor de drogas e integrante de uma gangue de rua, ele virou contínuo do escritório da defensoria em Taguatinga, cidade-satélite a 25 km de Brasília.
"De tanto ver gente presa e condenada na Justiça, aprendi que a vida na marginalidade não leva a nada e afunda a gente na lama", afirma J.D.E.C., que diz querer um dia estudar direito.

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