São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996 |
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Alta no uso do pré-datado já preocupa
FÁTIMA FERNANDES
O levantamento foi feito pela Apas (Associação Paulista dos Supermercados) com 383 empresas e levou em conta três formas de pagamento das empresas: cheque pré-datado, cartão de crédito (próprio e de terceiros) e vale-alimentação. A preocupação da Apas é mesmo com o aumento no uso dos cheques pré-datados. Em setembro, eles representaram 46,6% da receita das empresas. Na pesquisa anterior, de julho, 38,76%. "Não vamos obrigar o supermercadista a parar de trabalhar com o pré-datado. Mas temos que orientá-los sobre os riscos", diz Firmino Rodrigues Alves, presidente da Apas. Descasamento Ontem, Rodrigues Alves reuniu dirigentes de supermercados na sede da associação para fazer o alerta. "É preciso reavaliar como vai a margem de lucro do setor", considera o supermercadista. Para ele, o pré-datado é "perigoso" porque há descasamento entre o prazo dos supermercados para pagar a indústria -de 27 dias- e dos consumidores para pagar os supermercados -de até cem dias. "Isso afeta o capital de giro das empresas." Ainda segundo Rodrigues Alves, os supermercados não estão estruturados para fazer cadastro minucioso do cliente. "A forma é muito falha." Na pesquisa da Apas, os cheques devolvidos representaram, em setembro, 1,18% do faturamento das empresas. Em julho, eles correspondiam a cerca de 0,7%. Apesar do aumento na inadimplência, das 344 empresas consultadas que trabalham com cheques pré-datados, 78 informaram que não parariam de operar com pré-datados mesmo que a concorrência o fizesse. Para Rodrigues Alves, a primeira parcela do 13º salário do trabalhador já está comprometida com o pagamento dos cheques pré-datados. Por essa razão, ele não espera grande aumento no consumo neste final de ano. Na sua análise, se o uso do cheque pré-datado continuar a crescer nesse ritmo, é possível que na virada do ano a inadimplência volte aos seus piores momentos. Cartão e vale-alimentação O cartão de crédito também está sendo mais aceito pelos supermercados. No levantamento de setembro, ele representou 8,8% do faturamento das 195 empresas que operam com eles. Nas 309 empresas que trabalham com vale-alimentação, essa forma de pagamento teve participação de 7,3% no faturamento -praticamente o mesmo percentual verificado na pesquisa anterior. Texto Anterior: Greve da CEF tem baixo índice de adesão Próximo Texto: Venda cresce 5% neste Natal Índice |
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