São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996 |
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Déficit impede o crescimento
GUSTAVO PATÚ
Para determinar o que o governo considera excessivo, há uma fórmula: o déficit nas transações correntes -que incluem, além da balança comercial, o pagamento de juros da dívida externa e outros serviços menos importantes- não deve ultrapassar 3% do PIB. Para 97, por exemplo, espera-se que um déficit comercial de US$ 5 bilhões e outro na conta de serviços de R$ 19 bilhões sejam equivalentes a 3% de um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 800 bilhões. Como os pagamentos da dívida externa não podem ser interrompidos, resta ao governo controlar a balança comercial para evitar um buraco maior nas transações correntes. Déficit corrente significa dependência do país em relação aos investimentos externos -a única forma de evitar perda de dólares. Como a maioria desses investidores pode deixar o país a qualquer momento, não se permite que a dependência cresça muito. O México viveu uma crise no final de 94 depois de uma fuga de investidores estrangeiros que temiam a instabilidade política no país, que chegou a permitir déficits em conta corrente de 8% do PIB. O Plano Real tornou o déficit comercial muito vulnerável ao ritmo do crescimento econômico. Texto Anterior: Déficit é "atípico", afirmam economistas Próximo Texto: Grevistas promovem protesto hoje em SP Índice |
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