São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996 |
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Déficit é "atípico", afirmam economistas
ARTHUR PEREIRA FILHO
A avaliação é de Ibrahim Eris, ex-presidente do Banco Central e sócio da Linear Investimentos. Segundo Eris, se fossem descartados "fatores sazonais", o déficit cairia pela metade. Em setembro, conta Eris, ocorreram dois episódios que não devem se repetir nos meses seguintes: a) compra de petróleo pela Petrobrás acima da quantidade normal, o que gerou despesa excedente de US$ 200 milhões; b) problemas burocráticos nas exportações no último dia de setembro, que provocaram uma queda de cerca de US$ 130 milhões nas vendas externas em um único dia. Para Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e vice-presidente executivo do BMC, o déficit de setembro "não é sinal de limiar de uma crise". Diz que não é possível tirar conclusões com base no resultado da balança em um único mês. O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, da Faculdade de Economia da USP, concorda que o resultado foi "atípico". Mas diz que o déficit mostra "restrições externas ao crescimento da economia". Afirma que a demanda por importações aumenta e o desempenho das exportações é "medíocre". Déficit maior Os economistas ouvidos pela Folha prevêem aumento do déficit comercial em 97. Para Nóbrega, fica entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões. Eris aposta em US$ 5 bilhões. Giannetti fala entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões. Mas tiram conclusões diferentes sobre os efeitos do resultado. Para Nóbrega e Eris, não há motivo para preocupação. Com a credibilidade do governo em alta, aumenta a participação do investimento direto no financiamento do déficit. Giannetti vê o país dependente do capital externo. Um déficit elevado, diz, dificulta o crescimento da economia. Texto Anterior: O pacote e os tíquetes Próximo Texto: Déficit impede o crescimento Índice |
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