São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996
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Mulher quer mais espaço no esporte

Encontro pede fim de teste de sexo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A mulher deve ocupar espaço maior no mundo dos esportes, inclusive em cargos de direção, segundo conclusão de um encontro para debater a participação feminina no Movimento Olímpico, organizado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).
O encontro, que contou com representantes de 96 países, resultou em uma petição ao COI com a reivindicação de que os Jogos Olímpicos tenham igual número de provas femininas e masculinas.
O documento não descarta a participação feminina em provas olímpicas, que não são abertas às mulheres, como halterofilismo, boxe e pentatlo moderno.
Outra ponto de destaque da petição é a proposta de se extinguir os testes de feminilidade.
"O sexo de uma pessoa não está determinado apenas por suas características genéticas, mas também por outros fatores", afirmou o sueco Arne Ljungqvist, membro da comissão médica do COI.
"Há homens com cromossomos femininos que competiriam, e mulheres com cromossomos masculinos que não competiriam."
O documento reuniu as conclusões da Conferência Mundial sobre Mulher e Desporto, encerrada anteontem, em Lausanne, Suíça.
O presidente do COI, Juan Antonio Samaranch, disse que o Movimento Olímpico "deve contribuir" para o desenvolvimento das atividades femininas no esporte, mas que esse papel, antes de tudo, é responsabilidade dos governos.
"O problema da baixa participação das mulheres no esporte está ligado aos desafios sociais que elas enfrentam e não pode ser resolvido só pelo Movimento Olímpico."
Samaranch disse que a principal dificuldade para adoção de políticas de ajuda ao esporte feminino é a variedade de tradições culturais.
Para o dirigente, "não será fácil" alcançar os 10% de mulheres em cargos diretivos nas federações e comitês olímpicos, segundo proposta feita pelo COI.
Apenas 5 comitês olímpicos nacionais dos 197 do mundo são presididos por mulheres.

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