São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996
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A disputa pelo poder no Kremlin

Boris Ieltsin
Tentou obter mais popularidade ao incluir Alexander Lebed no seu governo. Deu a ele apenas um cargo consultivo, mas foi aos poucos concedendo mais poderes. Entregou a Tchernomirdin o comando do país enquanto não é operado no coração

Alexander Lebed
Sempre foi mais popular entre civis e militares do que dentro do governo. Gerava antipatia por causa de seus comentários e do acordo de paz com os tchetchenos. Era mantido por Ieltsin por ser uma espécie de equilíbrio em relação às outras forças do governo

Anatoli Kulikov
Participou ativamente do conflito na Tchetchênia desde que foi indicado, em julho de 1995. É acusado por Lebed de ter mantido propositadamente o conflito na região. Não tem aspirações presidenciais, mas sempre quis 'derrubar' Lebed

Viktor Tchernomirdin
Um dos líderes das reformas capitalistas, recebeu apoio de Ieltsin para ficar com as responsabilidades presidenciais. Sempre tentou evitar confronto direto com Lebed por causa da simpatia de Ieltsin pelo general, mas apoiou Kulikov na disputa

Anatoli Tchubais
Um dos principais reformistas do país, o chefe de gabinete de Ieltsin sempre foi mais inclinado a apoiar Tchernomirdin, pois vê Lebed como um opositor da economia de mercado. Seu poder no governo aumentou desde que Ieltsin deixou o Kremlin por causa da a operação

Cronologia
anos 80 - Alexander Lebed luta na guerra do Afeganistão e é considerado um herói
1991 - O general ajuda Boris Ieltsin na resistência a uma tentativa de golpe comunista
1992 - É nomeado o comandante da 14ª divisão do Exército russo e, nos três anos de comando, obtém sucesso no fim da guerra civil na vizinha Moldova
14.jun.95 - Ieltsin aceita a demissão de Lebed, pedida depois que o presidente diminuiu o tamanho da sua divisão e determinou a sua retirada da Moldova
17.dez.95 - É eleito para a Duma (Câmara dos Deputados)
20.dez.95 - Acusa fraude nas eleições
28.dez.95 - Lança oficialmente a sua candidatura a presidente
16.jun.96 - Apesar de uma campanha fraca, obtém cerca de 15% dos votos para a Presidência e fica em terceiro lugar
18.jun.96 - Apóia Ieltsin para o segundo turno das eleições depois de receber o cargo de secretário do Conselho de Segurança da Rússia; obtém a demissão do ministro da Defesa, Pavel Gratchev
20.jun.96 - Ieltsin demite Alexander Korjakov depois que o chefe da guarda presidencial afirmou que o presidente queria cancelar as eleições
25.jun.96 - Ieltsin afasta quatro generais que, segundo Lebed, tramavam dar um golpe
17.jul.96 - Lebed obtém a indicação do Igor Rodionov para o Ministério da Defesa
10.ago.96 - Lebed é indicado como negociador do conflito na Tchetchênia
16.ago.96 - O general pede a demissão do ministro do Interior, Anatoli Kulikov, e diz que o ministro é culpado pela guerra
20.ago.96 - Lebed diz que a assinatura de Ieltsin em um documento que pede uma forte intervenção militar na Tchetchênia é falsa
30.ago.96 - Alexander Lebed consegue fazer um acordo de paz na Tchetchênia
5.set.96 - Ieltsin diz que apóia o acordo, mas não o ritmo previsto para a retirada das tropas russas
6.set.96 - Lebed diz que Tchernomirdin deve substituir Ieltsin antes da operação no coração do presidente
24.set.96 - Korjakov diz estar seguro de que Lebed será o próximo presidente; os dois são acusados de ter feito acordo
25.set.96 - O general russo diz que o país está um caos e que o Exército pode se rebelar
2.out.96 - Lebed é chamado de 'traidor' na Duma por causa do acordo com os tchetchenos
3.out.96 - O general ameaça sair depois da nomeação de inimigo para um comitê militar; Ieltsin pede que ele fique e que pare com as "brincadeiras"
14.out.96 - Lebed é confirmado como o negociador russo junto aos tchetchenos
15.out.96 - Kulikov diz que o acordo com os tchetchenos é derrota para a Rússia
16.out.96 - O ministro do Interior acusa Lebed de tramar um golpe com o apoio dos tchetchenos

Ieltsin obteve
26 milhões de votos no primeiro turno da eleição presidencial

Lebed obteve
11 milhões de votos como candidato a presidente, em junho

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