São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996
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Dívida opõe Estados ao governo federal

DA REDAÇÃO

A negociação das dívidas dos Estados com a União, cujo valor total é de cerca de R$ 100 bilhões, provocou desentimentos entre governos estaduais e federal.
Na segunda, 19 governadores, reunidos em São Paulo, decidiram abandonar a negociação com o Ministério da Fazenda.
"Não queremos mais conversar com instâncias ministeriais", disse Vitor Buaiz (PT), do Espírito Santo. Os governadores exigem que as regras de negociação sejam as mesmas para todos os Estados.
Pretendem marcar audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso na próxima semana para apresentar o seu pacote de reivindicações. A proposta inclui uma moratória de três meses no pagamento de seus débitos.
Antes mesmo de ser marcada a audiência, no entanto, FHC já mandou um recado claro: "Só foi possível descortinar este novo país por causa da estabilização (...), porque não cedemos às pressões para dar facilidades, hoje, que corroem a moeda amanhã".
No Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, o presidente disse também que "quando os Estados se ajudam, nós ajudamos, se não fizer isto fica difícil".
Na quinta, o secretário do Tesouro Nacional, Murilo Portugal, afirmou que os Estados são os principais responsáveis pelo déficit público que, em 96, deve chegar a R$ 25 bilhões (3,5% do PIB).
O governo federal esperava um déficit de cerca de 2,5%. "A estimativa anterior foi feita quando o governo não previa o programa de empréstimos aos Estados", disse Portugal.

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