São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996
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Diagnóstico difícil agrava doença renal

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ao contrário do que acontece com as doenças do coração, pouca gente tem idéia dos principais sintomas que podem indicar um problema nos rins -órgãos essenciais para filtrar o sangue que circula pelo corpo.
Essa é uma das principais preocupações dos nefrologistas -médicos especializados no tratamento dos problemas clínicos dos rins- que estão se reunindo a partir de hoje no 18º Congresso Brasileiro de Nefrologia, que acontece no Hotel Transamérica, em São Paulo.
Quando os rins deixam de filtrar adequadamente o sangue, a quantidade de urina produzida diminui, a pressão arterial aumenta e os inchaços (edemas) aparecem. Esses sinais mostram que o líquido que deveria ser eliminado está se acumulando no organismo.
Mudanças na urina
Luiz Estevan Ianhez, chefe da unidade de transplante renal do Hospital das Clínicas da USP, diz que dor ao urinar é outro indicador de que algo não vai bem com os rins. Começar a urinar no meio da noite (para quem não tinha esse hábito) também inspira preocupação. Se a urina tiver sangue, mudar de cor, adquirir um odor diferente ou ficar com muita espuma é bom procurar um especialista.
Os problemas mais comuns que podem aparecer de uma hora para outra nos rins são infecções, cálculos ("pedras nos rins") e reações inflamatórias conhecidas como glomerulonefrites e nefroses.
Pequenos filtros
Cada um dos rins é formado por milhões de unidades filtrantes conhecidas como néfrons. Os néfrons têm glomérulos, um pequeno emaranhado de vasos e tubos onde ocorre absorção e eliminação de água, sal e substâncias tóxicas.
Quando os glomérulos são atingidos por uma reação inflamatória, eles podem deixar passar sangue e proteínas para a urina. Daí a cor avermelhada e a espuma. Por outro lado, eles podem diminuir sua capacidade de retirar líquidos e resíduos do corpo.
Um dos desencadeantes mais comuns das glomerulonefrites são infecções na pele ou na garganta. O sistema imunológico produz anticorpos contra as bactérias causadoras dessas infecções, que acabam se depositando nos glomérulos e provocando uma inflamação.
Décio Mion Júnior, presidente do congresso, diz que o volume médio de urina produzida por dia varia de 1,2 a 1,5 litros. O valor mínimo aceitável é de 500 a 600 ml.
A maior parte dos problemas renais são tratáveis quando diagnosticados precocemente. A demora no tratamento pode levar a uma falência dos órgãos (insuficiência).

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