São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996
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Exportações 'exóticas' recuam

Brasil deixa de vender chifres e penas, entre outros artigos

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A queda nas exportações neste ano não atinge apenas os produtos brasileiros que encabeçam a lista de vendas ao exterior.
Nos oito primeiros meses de 1996, o Brasil deixou de vender chifres e artefatos de penas para carnaval e exportou apenas US$ 5 em alçapões -para o Paraguai.
Outros produtos, como o torresmo, tiveram queda acentuada de seus preços no mercado internacional, na comparação com o ano passado -cerca de 80%.
Uma espiada na lista de exportações da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) e também na TEC (Tarifa Externa Comum do Mercosul) é suficiente para constatar que o Brasil vende ao exterior artigos que podem parecer, no mínimo, curiosos.
A Folha pesquisou 30 desses produtos, cujas exportações de janeiro de 1994 a agosto de 1996 totalizaram US$ 181,847 milhões. Desses, sete não foram vendidos para nenhum país.
Entre os que foram vendidos estão os chifres de animais. No ano passado, foram embarcados 10,08 kg do produto para os Estados Unidos, único importador.
Isso rendeu US$ 3.004 ao Brasil. Nos oito primeiros meses de 1996, entretanto, não houve vendas.
Produtos mais procurados
Seis produtos, como apagadores de quadro-negro, colesterol e banha de porco, seguem escalada oposta e mostram aumento das exportações neste ano.
Segundo Hélio Mauro França, secretário-adjunto de Comércio Exterior do MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo), produtos que mantêm escala de produção têm maior facilidade de venda em outros países.
Os cabos de vassoura, por exemplo tiveram demanda garantida nos oito primeiros meses deste ano em 23 países.
Entre os países que importam, a Bélgica foi o principal neste ano. Comprou 3,638 milhões de unidades e pagou US$ 1,732 milhão. O Reino Unido importou US$ 1,298 milhão em cabos de vassoura.
Os produtos mais exóticos, como alçapões e gaiolas, mantêm exportações esporádicas, diz França.
Nessa classificação pode ser incluída a bílis de boi, um produto requisitado por alguns laboratórios farmacêuticos estrangeiros.
Foram embarcados 221 mil quilos de janeiro a agosto, o que representou US$ 456,20 mil. O quilo do produto é vendido a US$ 2,05 -preço equivalente ao da carne bovina de segunda no Brasil.

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