São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996 |
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Direção da Fiesp desfilia três sindicatos
FREDERICO VASCONCELOS
Pelos estatutos da Fiesp, "serão eliminados automaticamente" os sindicatos que "se filiarem a outra entidade sindical de grau superior com características semelhantes à Fiesp, na mesma base territorial". Por unanimidade, a diretoria da Fiesp desfiliou, na última segunda-feira, os sindicatos da indústria da construção civil de pequenas estruturas, o das indústrias de olaria -ambos com sede na capital- e o da construção e do mobiliário de Presidente Prudente (SP). Grupos privilegiados José Antônio de Lima e Álvaro Bovolenta, dois dirigentes dos sindicatos eliminados, afirmam -em ata- que "a Fiesp sempre se preocupou com outros segmentos econômicos elitizados, deixando o nosso setor à margem das assistências que presta àqueles grupos privilegiados". Lima e Bovolenta criaram, há cinco anos, a Federação das Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo e a Federação da Indústria da Construção Civil, Montagem Industrial e Engenharia Consultiva do Estado de São Paulo. Nos editais, o endereço das federações alternativas era o mesmo da empresa de Bovolenta, no bairro do Jabaquara. Lima e Bovolenta também constituíram o Senaicon e o Sesicon, a título de oferecer serviços semelhantes aos do Sesi e Senai. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) vai propor ação de anulação. Troca de chumbo As federações criadas por Lima e Bovolenta não contam com apoio de outras entidades da construção. Em abril de 1994, o SindusCon-SP (sindicato da construção civil de grandes estruturas), à época presidido por Eduardo Capobianco, afirmou que se tratavam de "federações de gaveta". E que "Bovolenta usa a liberdade sindical para criar um novo cartório, de olho nos recursos do Sesi e Senai". Em fevereiro deste ano, o presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, disse que iria "prosseguir na luta para afastar da vida sindical entidades ilegítimas e espúrias". "Manguinhas de fora" Bovolenta rebateu, na ocasião, dizendo que a Fiesp estava "pondo as manguinhas de fora". Segundo ele, "os juízes reconheceram que não é picaretagem". Em setembro último, depois de notificados, via cartório, para oferecer defesa, Lima e Bovolenta enviaram ata de reunião do sindicato contendo acusações à Fiesp. Eles dizem que participaram da fundação das federações "com tácita autorização e apoio da Fiesp", na gestão de Mario Amato (o que foi confirmado por Amato), em troca do apoio à candidatura de Moreira Ferreira" (o que é negado por Amato e Moreira Ferreira). Lima e Bovolenta, contudo, foram suplentes na primeira diretoria de Moreira Ferreira, não sendo reconduzidos na segunda gestão. Texto Anterior: Tapete kilim tem promoção Próximo Texto: Amato diz que foi "tolerante" Índice |
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