São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996
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BUSCANDO ALTERNATIVAS

A precária situação em que se encontra o sistema público de saúde nacional exige esforços significativos por parte das administrações federal, estadual e municipal, com recursos e com a busca de novas alternativas viáveis para o financiamento e a gerência do setor.
Dentro da apatia que marcou a grande maioria das políticas empreendidas nas últimas décadas para a área, a criação do PAS (Plano de Assistência à Saúde), na cidade de São Paulo, surge como uma válida tentativa -até agora bem recebida pela população- de recuperar o praticamente falido sistema.
O PAS baseia-se na formação de cooperativas de médicos que passam a ser responsáveis pelo atendimento em uma região (módulo) da cidade. O plano teve o mérito de elevar o salário dos profissionais da saúde e praticamente interromper o círculo vicioso de falta de médicos nos plantões dos hospitais.
Mas ainda há dúvidas sobre a qualidade do atendimento global proporcionado pelo plano, a existência de concorrência entre as cooperativas e a eficiência da alocação dos recursos previstos pelo programa, que obrigou a prefeitura a reservar, para 97, 15,4% do seu orçamento para o sistema de saúde municipal.
Pesquisa Datafolha publicada hoje revela que o PAS consegue uma boa aprovação de seus usuários (83%), mas resultado semelhante (81%) é obtido pela rede estadual do SUS (Sistema Único de Saúde).
Grande parcela da população afirma que houve melhora significativa neste ano no atendimento da rede municipal, mas essa avaliação é prejudicada pelo desempenho de parte da administração Maluf no setor. Números oficiais indicam queda de qualidade no atendimento principalmente em 95, em comparação com dados da gestão de Luiza Erundina.
O PAS ainda terá de passar pelo teste da próxima administração. O novo prefeito -seja Celso Pitta, seja Erundina- terá de garantir grande volume de recursos se quiser manter a fórmula atual do plano. Ajustes serão necessários, mas ao menos a solução para o problema

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