São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996
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Visitantes do Sul pagam mais

EDMILSON ZANETTI
DO ENVIADO ESPECIAL

Na praia de Porto de Galinhas, o sotaque determina o preço. A pronúncia do erre denuncia se o comprador é "turista do Sul".
A reportagem da Folha comprou um coco a R$ 1,50 na praia da Vila dos Pescadores. Três minutos depois, o mesmo garoto vendeu o produto a R$ 0,80 a um guia local.
A porção de camarão, geralmente vendida por crianças com menos de dez anos, custa em média R$ 1. A porção com dez unidades de agulha (peixe frito), que fica perfeito com cerveja, sai por R$ 5.
Se passar por uma mulher branca, com chapéu que lembra um "sombrero" e empurrando um carrinho, pare e confira. É Gerda Gressler, 56, que nasceu em Ijuí (RS) e mora na vila há quatro anos. Ela vende pastel de forno, quibe e risoles a R$ 2 cada.
A menos de cem metros da praia, toma-se o melhor caldinho de feijão de Porto de Galinhas, por R$ 0,30, no Caldinho do Cláudio. Acompanha uma dose de cachaça.
A melhor pinga da vila se toma no vizinho, no Pau do João. Trata-se de uma mistura de 12 componentes de ervas e raízes, curtida por um mês antes de ir ao balcão.
O resultado da bruxaria parece um licor. A dose, com caldinho de feijão e ovo de codorna, sai por R$ 0,40. Quem aprovar pode levar um litro, a R$ 10.
(EZ)

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