São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 1996
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Taitianos enterram mortos no jardim

JAIME BÓRQUEZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Erroneamente, chama-se de Taiti o conjunto de ilhas que compõem a Polinésia Francesa. Taiti é o nome de apenas uma delas.
Essa ilha em forma de "8" é onde aterrissam vôos internacionais e é a sede do governo.
Papeete é a capital do arquipélago e concentra o maior número de habitantes, mais de 100 mil. Para conhecê-la, bastam um dia, um carro alugado e um guia.
Comece pelo Museu do Taiti, que dá uma idéia da povoação das ilhas, feita por nativos de Samoa e Tonga que, em barcos aparentemente frágeis, chegaram até ali.
Os mais importantes vestígios da ocupação humana dessas latitudes estão nesse museu, e uma volta por ele situa o visitante no espaço e no tempo do lugar.
Não esqueça o Jardim Botânico, no qual podem ser apreciadas a riqueza da flora taitiana e espécies de outros lugares, como Galápagos.
Altares
No caminho, não deixe de conhecer os "maraes" (altares) de Arahurahu e de Mahaiatea, este o maior da Polinésia Francesa.
O turista encontra ainda as cavernas de Mara'a, diante de um mar ideal para mergulhos.
Para conhecer a vida dos taitianos, é bom se distanciar do centro da cidade. Na parte menor do "8", chamada de Taiti Iti, estão Toahotu, Vairao e Teahupoo.
Nesses vilarejos, ainda se mantém a tradição de sepultar os mortos no jardim, na frente da casa.
Aos domingos, a família se reúne ao redor do túmulo, cantando ao som de instrumentos ou de toca-fitas, enquanto as cervejas ficam em cima dos túmulos.
Nota-se que o jardim é mais que um simples passatempo. Plantas e flores servem para afugentar a má sorte e os espíritos ruins, assim como deixar uma luz acesa funciona contra mortos e fantasmas.

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