São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Comando da campanha de Erundina tenta evitar derrotismo antecipado

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O comando da campanha de Luiza Erundina (PT) à Prefeitura de São Paulo iniciou ontem um superesforço para evitar clima de derrotismo. A campanha está fortemente abalada pelo resultado das pesquisas e pela falta de dinheiro.
"É um quadro difícil, não há dúvidas. Mas ainda tem muito jogo pela frente", diz Pedro Dallari, um dos coordenadores mais próximos de Erundina. "Campanha é como pedalar bicicleta. Temos de continuar pedalando", afirma.
A última pesquisa Datafolha, na qual Celso Pitta (PPB) tem 57% contra 30% de Erundina, abalou o ânimo da campanha. Os petistas temem que resultados como este desmotive ainda mais a militância do partido, que não demonstra entusiasmo desde o primeiro turno.
Embora haja cautela na análise da situação, todo o comando da campanha está preocupado com o futuro da candidata. Há dificuldades em encontrar uma estratégia que abale efetivamente a liderança do adversário do PPB.
"Essa preocupação não vai fazer com que a gente jogue a toalha", afirma Jilmar Tatto, coordenador-geral da campanha. Todo o comando da campanha se reuniu ontem pela manhã no comitê eleitoral da candidata petista.
Nova estratégia
No final da reunião, decidiram mais uma vez mudar a estratégia de campanha para o segundo turno. A prioridade agora não é mais carreata. A partir desta semana, o PT vai priorizar minicomícios nos bairros periféricos da cidade.
Para Tatto, o minicomício faz com que a candidata se aproxime mais do eleitor, principalmente daquele que votou em Pitta no primeiro turno. "A idéia é convencer esse eleitor a mudar de voto." Serão realizados cerca de 15 minicomícios até o final da campanha.
A crise financeira também contribuiu para a mudança dessa estratégia. A dívida do primeiro turno pode chegar a R$ 1 milhão. Prioritárias na fase anterior, as carreatas vão ser reduzidas. Falta até mesmo bandeirolas para distribuir durante essas manifestações.
O PT também abandonará a cautela adotada no primeiro turno na TV. "Vamos tornar mais agudo o tom da campanha", diz Dallari. Não haverá "ataques pessoais" a Pitta. "Mas vamos criar constrangimento no eleitor do Pitta, ao mostrar o que é o malufismo."

Texto Anterior: Motta reaparece com '15 kg a menos'
Próximo Texto: Petista põe Pitta sob suspeita
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.