São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996 |
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Para órgão, Brasil deve provar mais Conselho Mundial critica país WILSON BALDINI JR.
Em entrevista à Folha, Sulaimán afirma que o "Brasil não tem se destacado ultimamente no boxe e que seus lutadores precisam provar mais dentro dos ringues". O dirigente, que lidera o CMB desde 5 de dezembro de 1975, também se pronuncia contra o prosseguimento das carreiras de George Foreman e Roberto Durán, não aprova que pugilistas infectados com o vírus da Aids possam lutar e diz que possui "prós e contras" em relação ao boxe feminino. * Folha - Qual a sua opinião sobre o boxe brasileiro? José Sulaimán Chagnón - O Brasil é um país mais de futebol. Teve grandes lutadores no passado, como Éder Jofre. Atualmente, pouco são os que tem sucesso. Folha - Num futuro próximo o senhor acredita que algum brasileiro possa disputar o título do CMB? Sulaimán - Queríamos que o cruzador Ezequiel Paixão disputasse o cinturão diante do argentino Marcelo Domínguez, mas ele não aceitou. Não sei o porquê. Acho difícil outro conseguir uma chance. É preciso que os brasileiros provem algo mais nos ringues. Folha - No próximo sábado, em Tóquio, George Foreman, 48, e Tommy Morrison -portador do vírus da Aids- voltam aos ringues. O que o senhor acha disso? Sulaimán - Sou totalmente contra. Foreman, assim como Roberto Duran, de 45 anos, não podem continuar lutando. É um perigo. Por isso, lutadores veteranos acabam ficando doentes. No caso de Morrison, uma pessoa com uma doença infecto-contagiosa e mortal não pode lutar boxe. Folha - Mas médicos afirmam que não há risco de contágio. Sulaimán - Não importa. É difícil, mas pode ocorrer e não podemos colocar vidas em perigo. Folha - O senhor é a favor do boxe feminino? Sulaimán - (risos) A mulher é a coisa mais doce do mundo. Por outro lado, não posso ir contra a realidade. O boxe é um esporte dentro da lei, o que exige não ter nenhuma discriminação. Texto Anterior: 'Tribunal' vai julgar tática de Parreira Próximo Texto: País admite críticas feitas Índice |
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