São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 1996
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Boxe sobre gelo

MELCHIADES FILHO

Em 1946, os EUA atravessavam a euforia da vitória na Segunda Guerra Mundial.
Uma geração de consumidores saía pelando dos fornos dos novos pólos industriais -Detroit, por exemplo.
Foi de olho no dinheiro desses "emergentes" que empresários começaram a estudar o esporte.
Aquela turma, afinal, pensavam, precisava se divertir!
À época, apenas dois esportes davam lucro no país.
O beisebol reinava soberano, festejando mais de 40 anos de profissionalismo.
Seus dirigentes não viam necessidade de expandir. Recusavam toda oferta de parceria.
A alternativa era o boxe, que se desenvolveu nos anos 20 a partir dos clubes de bairro nas grandes metrópoles.
O sucesso das noitadas no ringue havia levado à construção de arenas para 10 mil, 15 mil fãs. O Madison Square Garden (Nova York) era a mais famosa.
Diferentemente do beisebol, os promotores do boxe estavam ávidos por fôlego financeiro.
Até haviam criado uma associação para estudar formas de aproveitar o potencial dos ginásios nos dias sem luta.
Primeiro, apelaram a eventos esporádicos, como rodeios, bailes, bingos e circos.
Depois, em busca de lucros estáveis, fundaram uma miniliga de hóquei sobre o gelo.
Para garantir o investimento, a associação empurrou um compromisso "ninguém sai ou muda de ramo sozinho".
Nos anos 40, passada uma década, o hóquei empacou, deixou de render. Por isso, o dono do Garden decidiu em 1945 investir na então mania teen, o basquete universitário.
O dinheiro jorrou em Nova York. Ciumentos, os demais ginásios reclamaram, lembrando a questão estatutária.
O acordo de paz saiu no ano seguinte. Nascia a Basketball Association of America, a liga que em 1949 mudou de nome para NBA e que na semana que vem completa meio século.

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