São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 1996
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Aumenta risco de blecaute no Brasil

Indústrias fazem racionamento

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O engenheiro José Cesário Cecchi, pesquisador da área de energia da Coppe-UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), disse ontem que a taxa de risco de colapso no abastecimento de energia elétrica está aumentando no Brasil.
Segundo Cecchi, a taxa ideal é de 5% e hoje ela está entre 7% e 8%, caminhando para 15%, "caso não sejam tomadas medidas rápidas" para contornar os problemas.
O risco maior, segundo ele, está na região Sudeste, onde o consumo é maior.
O engenheiro, que está coordenando o 7º Congresso Brasileiro de Energia, no Rio, disse que em alguns Estados já está sendo adotada uma espécie de "racionamento branco", com descontos para indústrias grandes consumidoras de energia para que elas operem fora do horário de pico de consumo.
A Cemig, responsável pelo abastecimento de energia elétrica em Minas Gerais, está adotando em regiões críticas um aparelho chamado "regulador de demanda residencial".
Segundo Cecchi, esse aparelho interrompe o fornecimento de energia da casa se, por exemplo, o chuveiro elétrico for ligado na hora do pico do consumo. Em troca, o consumidor que instala o aparelho ganha abatimento na tarifa.
O problema no abastecimento de energia, segundo o técnico, é que a oferta ficou parada durante muito tempo, enquanto o consumo, especialmente residencial e comercial, continuou crescendo.
O diretor do Dnaee (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica), José Mário Miranda Abdo, disse que "não há risco porque não há estagnação da oferta".
Segundo ele, em 95 houve aumento de 1.400 megawatts na oferta, com o aumento da capacidade instalada de usinas já existentes.

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