São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 1996
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Armas químicas podem ter atingido 20 mil no golfo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Pentágono disse ontem que 20 mil militares norte-americanos que participaram da Guerra do Golfo (1991) podem ter sido expostos a armas químicas.
Todos os possivelmente afetados estavam num raio de cerca de 50 km do depósito iraquiano de munição de Kamisiah, destruído por engenheiros norte-americanos em março de 1991, logo após o final da guerra.
A nuvem tóxica formada coma explosão de mísseis iraquianos poderia estar contaminada com o gás tóxico sarin, embora, segundo o Pentágono, não haja nenhuma evidência disso.
O anúncio feito ontem deve aumentar a controvérsia que cerca a chamada "síndrome do golfo" -náuseas, dores de cabeça, perda de memória e problemas no sistema respiratório, sintomas apontados por cerca de 60 mil veteranos.
O governo dos EUA não reconhece a existência de uma "síndrome". Oficialmente, atribui os sintomas ao estresse do conflito.
Também nega encobrir a possível exposição das tropas a agentes químicos ou bacteriológicos e diz que não há evidências de que o Iraque usou esse tipo de armamento no conflito.
Mas o número de militares notificados pelo Pentágono (comando das Forças Armadas dos EUA) sobre uma possível contaminação saltou de 150, em junho, para os 20 mil anunciados ontem.
"Após olhar os fatos, decidimos que seria melhor sair e avisar estas 20 mil pessoas", afirmou o porta-voz Ken Bacon.
Segundo ele, mais militares podem ser notificados após a conclusão de uma simulação de computador sobre quais direções a nuvem tóxica tomou, de acordo com as condições climáticas da época.
A imprensa americana já falou em 100 mil contaminados.

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