São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996 |
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Morre Sylvio Frota, aos 86 anos no Rio General se opôs à proposta de abertura FERNANDO PAULINO NETO
O corpo de Frota foi enterrado às 17h, no cemitério São Francisco Xavier, no Caju (zona portuária do Rio), com honras militares e de ministro de Estado. Entre seus companheiros de Exército, estavam presentes o general Nilton Cerqueira, secretário de Segurança do Rio, e o general Cezar Montagna. Internado há uma semana no Hospital Marcílio Dias, no Lins de Vasconcellos (zona norte), Frota deixou dois filhos. Frota era ministro do Exército quando o presidente Ernesto Geisel (que governou de 1974 a 79) anunciou a abertura "lenta e gradual" do regime militar. Frota aproveitava as oportunidades que tinha de discursar para criticar e apontar o que considerava a infiltração do comunismo na sociedade. Com esses discursos, Frota passou a ser considerado um dos principais representantes da "linha dura", como eram chamados os militares que se opunham à abertura. A divisão dentro do regime militar levou à demissão de Frota. Mas sua saída foi cercada de todos os cuidados para evitar um confronto armado. Frota, que era cogitado para suceder Geisel na Presidência da República, saiu do cargo criticando. Fez um manifesto afirmando que havia complacência e passividade do governo em relação ao comunismo. O Palácio do Planalto divulgou nota, alegando que a demissão era de caráter pessoal e não tinha ligação com a sucessão presidencial. Mesmo fora do ministério, Frota articulava-se para concorrer contra o candidato oficial, o general João Baptista Figueiredo. Figueiredo foi eleito pelo Congresso em outubro de 1978. Em 1979, quando Figueiredo assinou a Lei da Anistia, Frota criticou a decisão, afirmando que "a tolerância sem contenções toma foros de pusilanimidade e o perdão sem arrependimento do erro transmuta-se em capitulação". Texto Anterior: Câmara adia votação sobre 52 TVs pagas Próximo Texto: Nova lei prevê multas proporcionais Índice |
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