São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
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Em Campo Grande, eleitor reage a seguranças do PMDB e mata assessor

WAGNER OLIVEIRA

WAGNER OLIVEIRA; LUIZ TAQUES
DA AGÊNCIA FOLHA

Chefe da campanha de Puccinelli tenta relacionar crime ao PT, adversário no 2º turno; petista nega

LUIZ TAQUES
Um assistente de André Puccinelli, o candidato do PMDB à Prefeitura de Campo Grande (MS), foi morto ontem durante comício no bairro Coopavila 2.
O coordenador de palanque Marcelo Barbosa Fonseca, 22, estava no palanque ouvindo o discurso de Puccinelli quando foi atingido por um tiro. O pintor de paredes Milton Alves dos Santos, 25, foi preso em flagrante, acusado de ter feito o disparo.
Segundo a delegada do 5º Distrito Policial de Campo Grande, Marlene de Aguiar Justino, o pintor confessou o crime.
Justino disse que o caso começou quando Santos foi expulso do local do comício pelos seguranças do candidato do PMDB.
Testemunhas disseram à polícia que Santos estava acelerando sua moto, provocando barulho e atrapalhando a realização do comício.
Depois do desentendimento com os seguranças, Santos teria ido até sua casa buscar uma arma, voltado ao local e efetuado quatro disparos por trás do palanque, contra as pessoas que acompanhavam o candidato.
Um dos tiros atingiu Fonseca -que operava o som. Os outros disparos não atingiram ninguém.
Houve corre-corre com os tiros. Segundo a delegada, policiais e seguranças perseguiram Santos e conseguiram detê-lo.
Petistas
Antes do incidente, os seguranças haviam retirado do comício militantes petistas. Por isso, chegou-se a pensar que o pintor pudesse ser do PT, cujo candidato, Zeca do PT, disputa o segundo turno contra Puccinelli.
O coordenador da campanha de Puccinelli disse que o crime poderia estar relacionado ao "radicalismo" do PT. Segundo a delegada, o pintor negou que fosse petista e disse trabalhar para o PMDB.
Vander Lobet, coordenador petista, disse que o pintor não tem vínculo com o PT. "Estão querendo insinuar alguma coisa contra nós, mas não vão conseguir nada."

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