São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
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'Entrar para a ONU seria inócuo'

RICARDO BONALUME NETO
DO ENVIADO ESPECIAL A CAXAMBU (MG)

Entrar para o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), como quer parte da diplomacia brasileira, seria algo "inócuo" se a estrutura da entidade internacional continuar como está; seria meramente uma "política de prestígio", afirmou a pesquisadora Maria Regina Soares de Lima, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro).
O debate era sobre "o cenário internacional no pós-Guerra Fria", mas a ausência do representante do Ministério das Relações Exteriores contribuiu para dar um tom mais acadêmico às discussões.
Foi o poder de veto exercido pelas superpotências participantes do conselho que impediu a ONU de funcionar a contento durante esses seus primeiros 50 anos, lembrou Soares de Lima.
Se por um lado o prestígio de pertencer ao conselho agradaria setores das elites brasileiras que almejam o "lugar ao sol" ao qual o país faria jus pelo seu estágio de desenvolvimento, por outro poderia colocar a diplomacia brasileira em situações delicadas ao poder vetar ou não resoluções de interesse das principais potências.
Os debatedores também comentaram as dificuldades da formulação de políticas externas mais "democráticas", que refletiriam uma "diplomacia pública". Houve quem dissesse que essa discussão foi usada até mesmo para relativizar a diplomacia "personalista" do presidente em suas frequentes viagens ao exterior.
(RBN)

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