São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
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Déficit pode ser revertido, afirma Kandir

GABRIELA WOLTHERS
COORDENADORA DE POLÍTICA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Antonio Kandir, afirmou ontem que os mercados nacional e internacional não devem encarar com pessimismo os recentes déficits na balança comercial.
O déficit na balança comercial atingiu, em setembro, US$ 655 milhões, o maior do ano.
O mercado e o próprio governo já trabalham com a expectativa de que as importações voltem a superar as exportações em outubro, em cerca de US$ 800 milhões.
"Temos tempo e tranquilidade para esperar o resultado das medidas que tomamos recentemente e que irão reverter os resultados da balança comercial", disse Kandir.
Entre essas medidas, o ministro ressaltou duas. A primeira foi a aprovação pelo Congresso, em setembro, do projeto que desonera o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) das exportações de produtos básicos -grãos, por exemplo- e semi-elaborados.
"Os contratos de exportação têm um longo curso. Por isso, os reflexos das medidas tomadas agora demoram a ter efeito", disse o ministro.
Segundo ele, a desoneração do ICMS deve trazer reflexos na balança comercial a partir de maio.
O ministro citou ainda, como segunda medida, as ações do governo para diminuir o "custo Brasil", que permitiriam, segundo ele, a redução dos preços dos produtos para exportação, tornando-os mais competitivos no mercado internacional.
Privatização dos portos
Kandir deu como exemplo a privatização dos portos. Segundo ele, em abril de 97 já estarão finalizados os processos de concessão de cinco portos do Estado do Rio de Janeiro: Sepetiba, Rio, Niterói, Forno e Angra dos Reis.
Até o final de março de 97, estarão prontos, de acordo com o ministro, os editais de licitação dos portos de Recife (PE), Maceió (AL), Itajaí (SC), Cabedelo (PB), Laguna (SC) e Porto Velho (RO).
"A diminuição do 'custo Brasil' tem grande chance de resolver o constrangimento cambial", afirmou o ministro.
A grande prioridade do governo é atuar na área de exportações, completou.
Kandir disse ainda que a "tranquilidade" do governo deve-se, principalmente, à "folga" que o Brasil tem nas reservas cambiais.
As reservas em dólar e em outras moedas fortes do Banco Central atingiu, em setembro, US$ 58,775 bilhões.

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