São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 1996
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TV Cultura não sofrerá corte em seu orçamento

ERIKA SALLUM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ameaçada de ter agravada sua crise financeira em 1997, a TV Cultura ganhou ontem uma sobrevida financeira.
O governo do Estado de São Paulo, que havia proposto para 1997 um corte de R$ 11 milhões no orçamento da Fundação Padre Anchieta, voltou atrás.
A medida deu resultados: na reunião -em que participaram os secretários do Planejamento, André Franco Montoro Filho, e da Cultura, Marcos Mendonça-, foi decidido que o valor do orçamento do ano que vem será igual ao de 1996 -uma emenda acrescentará a ele R$ 11 milhões.
Segundo Montoro Filho, esse dinheiro virá de uma verba de contingência destinada a calamidades públicas.
Covas se comprometeu a não vetar a emenda, que terá de ser aprovada no final deste ano pela Assembléia Legislativa.
"A decisão salva o patrimônio da fundação, mas isso não quer dizer que não tenhamos de buscar outros recursos", disse Jorge da Cunha Lima, presidente da Fundação Padre Anchieta.
A dívida da emissora é de cerca de R$ 23 milhões -R$ 17 milhões só com o INSS. Por conta das dificuldades financeiras, a TV Cultura deixou de investir em novos projetos.
A grade de programação da emissora no período de 29 de outubro a 12 de novembro mostra que, de um total de 121 horas e 15 minutos que seriam levadas ao ar, 63,8% seriam reprises.
Funcionários
Segundo Lia de Souza, representante dos funcionários no conselho curador, faltam pilhas para os microfones sem fio e fitas para gravar os programas.
"Os equipamentos e carros da TV não possuem seguro", disse. "Agradecemos a sensibilidade do governador, mas a crise ainda não está resolvida."
Hoje, os funcionários da Rede Cultura farão, às 13h, um ato em defesa da manutenção da qualidade dos programas da fundação, na r. Cenno Sbrighi, 378, na Água Branca, em São Paulo.

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