São Paulo, sábado, 26 de outubro de 1996
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Déficit e crescimento caminham juntos

DENISE CHRISPIM MARIN; GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O déficit comercial após o Plano Real tem superado as previsões do governo. Neste ano, por exemplo, o déficit deverá chegar a US$ 3,5 bilhões, contra uma estimativa inicial de equilíbrio na balança.
Isso ajuda a explicar por que não há segurança quanto à previsão de um déficit de US$ 5 bilhões em 97 a partir de um crescimento de 5%.
Desde o início do Real, os períodos de crescimento econômico são acompanhados de maiores déficits comerciais (ver quadro). Nas fases de estagnação, os déficits são menores ou há superávit.
O que é imprevisível é o tamanho do déficit em períodos de aquecimento da economia.
Estudos de consultorias privadas encomendados pelo Ministério da Fazenda mostram que haverá crescimento de 8% nas importações em 1997, em relação aos números deste ano. As exportações devem aumentar no mesmo patamar de 8% em 97 e 4,9% neste ano.
O déficit comercial de 97 deveria ficar em cerca de US$ 3,3 bilhões. Eles não incluem, porém, projeções de crescimento econômico.
As medidas tomadas até agora, como isenção de ICMS, são insuficientes para impulsionar as exportações, conforme diz Carlo Barbieri, da Associação Brasileira das Empresas de Trading.
Excluindo o arrocho ainda maior nas importações de bens de consumo, o governo não poderia restringir as compras externas que mais pesam (máquinas e equipamentos) porque até 97 elas estão relacionadas com a renovação tecnológica do parque industrial e com o aumento de sua capacidade produtiva e redução de custos.
(DCM e GP)

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