São Paulo, domingo, 27 de outubro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
China falha em plano para salvar estatais
JAIME SPITZCOVSKY
O cômputo geral negativo assustou um governo já acostumado com a idéia de conviver com cerca de 40% das empresas estatais gerando insistentes déficits. Mas o impacto dos números vermelhos ainda não foi suficiente para sugerir uma mudança de curso nas reformas. O governo chinês desenhou uma "estratégia gradual" para resolver o problema das estatais, empresas montadas nos tempos do comunismo ortodoxo e hoje sem competitividade para sobreviver na economia de mercado. Pequim anunciou 1995 como ano-chave para solucionar problemas geralmente resumidos a excesso de trabalhadores, tecnologia ultrapassada, administração ineficiente e pesados gastos sociais. A "estratégia gradual" previa fórmulas como corte gradual de subsídios, modernização de gerenciamento e investimentos em renovação tecnológica. A idéia do governo é evitar uma "terapia de choque", que significaria, segundo estimativas de economistas chineses, a demissão de 30 milhões de trabalhadores. O Partido Comunista não quer correr o risco político de alimentar instabilidade social com demissões em massa. Optou pelo "gradualismo" e semeou uma situação que a "Far Eastern Economic Review", revista de Hong Kong, descreveu como a "pior" para o setor estatal nos últimos 18 anos de reformas econômicas. O economista chinês Fan Gang explicou a timidez do governo: "Falamos de uma área de alto risco, na qual é melhor não fazer nada do que cometer um erro". Apesar do salto ao capitalismo em curso desde os anos 70, o Partido Comunista descarta privatizações em massa. Seria "ameaça aos órgãos vitais do Estado", definiu o vice-premiê Zhu Rongji, principal estrategista das reformas. Texto Anterior: Real eleva arrecadação da CUT Próximo Texto: Desemprego é outro fantasma Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |