São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 1996
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Glauber pode ganhar memorial

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O secretário da Cultura e Turismo da Bahia, Paulo Gaudenzi, encaminhou ontem a Lúcia Rocha, mãe do cineasta Glauber Rocha, o projeto do memorial que o Estado pretende construir no centro histórico de Salvador em homenagem ao diretor.
Segundo Gaudenzi, a proposta do governo baiano é construir um centro de cultura com videoteca, biblioteca e galerias. Pelo projeto, o memorial deverá ocupar dois casarões localizados na rua Gil Vicente, no Pelourinho.
"Se Lúcia Rocha aprovar a idéia e se dispuser a trazer todo o acervo de Glauber para a Bahia, vamos construir o memorial", disse Gaudenzi.
O secretário afirmou que a proposta do governo baiano surgiu após as constantes informações publicadas na imprensa sobre as dificuldades de Lúcia Rocha para manter o espaço cultural "Tempo Glauber" no Rio de Janeiro.
Pelas informações divulgadas, o espaço -localizado em Botafogo, num prédio cedido pelo INSS- não recebe verba suficiente para manter o patrimônio artístico do cineasta, morto em 1981, em Portugal.
Gaudenzi disse que o Memorial Glauber Rocha no Pelourinho poderá ocupar cinco pavimentos dos dois casarões.
No subsolo do prédio, o governo pretende construir um cinema com 123 lugares.
Quarteirão cultural
O prédio abrigaria um espaço para exposições e uma entrada de acesso ao cinema e às áreas superiores.
No primeiro e segundo andares do memorial funcionariam a biblioteca, videoteca e administração.
Gaudenzi afirmou que o memorial será instalado no quarteirão cultural que o governo pretende criar no Pelourinho.
"Vamos investir R$ 5 milhões no projeto", disse o secretário da Cultura.
Segundo Gaudenzi, o projeto de construção do memorial Glauber Rocha atende solicitação do Conselho de Cultura do Estado.
Há três meses, o conselho encaminhou à secretaria uma solicitação para que o governo baiano ajudasse a preservar o acervo deixado pelo cineasta.
Tombado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) como patrimônio da humanidade, o centro histórico de Salvador abriga cerca de 3.000 casarões dos séculos 16 e 17.
Nos últimos cinco anos, cerca de 700 casarões já foram completamente restaurados pelo governo baiano.
Na semana passada, as obras da quinta etapa de restauração foram iniciadas.

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